A calvície é uma condição que atinge na maior parte das vezes os homens, mas também chega às mulheres. Vários fatores definem o tipo de calvície. Nos homens, atualmente, mais de 80% estão propensos a terem queda de cabelo mais acentuada, a maioria decorrente da alopecia androgenética (hereditária), segundo a diretora da Sociedade Brasileira de Cabelo, no Rio de Janeiro, Joana D'Arc Diniz. — Todo homem traz um gene para a alopecia androgenética. Mas a queda de cabelo vai depender de vários fatores, desde o tempo em que ela vai aparecer, até o tempo de vida da pessoa. Como a duração da vida hoje se prolongou, é natural que a queda de cabelos chegue a um número cada vez maior de homens. A especialista explica que o número de mulheres com queda de cabelo também vem aumentando. Segundo a dermatologista, mais de 20% delas já sofrem com esse problema. Mas no máximo 30% dos casos no universo feminino são relativos à propensão genética. — Cerca de 70% dos casos em mulheres são decorrentes de alterações hormonais, causadas por fatores ligados ao estilo de vida atual, como o estresse. Os especialistas, em quase sua totalidade, afirmam, porém, que a calvície, mesmo hereditária, pode ser retardada ou até evitada com higiene constante, hábitos de vida saudáveis e alimentação adequada. Em relação à alopecia androgenética, além do tratamento, os cuidados com o couro cabeludo também são importantes. Ela é causada pela predisposição genética daqueles cujos pais tenham este tipo de calvície, segundo o dermatologista Arthur Tykocinski, do Hospital Albert Einstein, e membro de associações como a American Society of Hair Restoration. O médico acrescenta, porém, que, dentre fatores que influenciam a sua ocorrência está, principalmente, a dermatite seborreica, inflamação da derme (camada da pele) que geralmente é decorrente da presença de fungos no couro cabeludo, em uma região de maior oleosidade. Uma atenção especial poderia impedir a sua ocorrência. — A inflamação ocorre ao redor do folículo peloso (estrutura do fio de cabelo), junto com o fio sai gordura produzida pela glândula sebácea e a gordura é o alimento dos fungos. Tykocinski concorda que, também nos homens, outro fator facilitador da calvície é o estresse. — O estresse aumenta a produção de gordura que vai aumentar a dermatite seborreica.Tratamentos possíveis para calvície As mulheres ficam ainda mais vulneráveis à calvície após a menopausa, quando os níveis de hormônios femininos caem, deixando-as mais desprotegidas se elas tiverem predisposição genética. Os tratamentos podem ser por medicamentos ou até cirúrgicos (transplante). Em relação à alopecia androgenética masculina, a finasterida tem sido o medicamento mais utilizado. Outro é o minoxidil. O surgimento da alopecia androgenética se dá quando a testosterona atinge o couro cabeludo dos pacientes com predisposição. Neste caso, a enzima 5-alfa-redutase a transforma em di-hidrotestosterona (DHT), que promove a diminuição do crescimento dos cabelos e posterior enfraquecimento dos fios. A finasterida inibe a produção da 5-alfa-redutase e bloqueia o surgimento de DHT, impedindo que os fios se enfraqueçam. No caso dos tratamentos cirúrgicos, Tykocinski afirma que os transplantes, nome mais adequado do que implantes, segundo ele, também podem ser opção, dependendo do caso. Para o combate à dermatite seborreica, o dermatologista ressalta que são importantes o uso contínuo de xampu anticaspa e higiene em relação ao couro cabeludo. — Aquela história, principalmente voltada às mulheres, de que não se deve lavar todo o dia o cabelo, e sim uma vez por semana senão apodrece a raiz não é verdadeira. Os cabelos devem ser lavados sim todos os dias. Claro, é inconveniente, os cabelos são compridos, vai dar trabalho, mas é um cuidado necessário. Depois se deve secar bem os cabelos, para que não fiquem úmidos. Joana já afirma que lavar os cabelos é fundamental, mas, para as mulheres principalmente, o mais recomendado é em dias alternados. Ela ressalta que a água deve estar em uma temperatura de cerca de 22%, não muito quente.Alimentação Outro ponto citado por Tykocinski é a importância de uma alimentação rica em proteínas e vitaminas, principalmente do complexo B (como por exemplo carne vermelha, peixe, frango, feijão, legumes e cereais). Segundo ele, a má alimentação é um fator que acelera a calvície, principalmente nas mulheres. Mas os homens também devem ficar atentos. — As mulheres fazem mais regime, estão de certa forma mais desnutridas. Querem fazer academia, querem estar lindas e maravilhosas, não querem comer, só que com isso o organismo delas acaba retendo mais gorduras. Elas acabam se desnutrindo e aí têm uma perda de cabelo ou agravamento da calvície.Rede internacional de combate a calvície inaugura primeira clínica no Brasil A calvície, segundo Carlos J. (nome fictício), que conta ter tido fortes efeitos colaterais relativos ao uso da finasterida, não deve ser menosprezada como algo superficial. — As relações entre os sexos estão mudando e não é mais tão verdadeiro que "homem não precisa ser bonito". Hoje, homens também se sentem inseguros quanto à própria aparência, e a queda de cabelo dá uma sensação de que acabou a juventude e que todo o mundo vai passar a te ver como um tio de meia-idade. Segundo ele, em geral, os que buscam superar a calvície e têm efeitos colaterais não podem ser rotulados como "vaidosos". — Não gosto quando falam dos pacientes de síndrome pós-finasterida como vítimas de vaidade excessiva ou coisa assim. Seria uma acusação justa se eles tivessem sido informados dos riscos e, mesmo assim, cegos pela vaidade, decidissem usar a droga.Conheça o R7 Play e assista a todos os programas da Record na íntegra!