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Cientistas inventam creme à base de melanina que acelera cicatrização de feridas

A substância age como anti-inflamatório nas lesões e protege a pele de queimaduras

Saúde|Do R7

Imagem de divulgação mostra como o creme auxiliaria a cicatrização da pele
Imagem de divulgação mostra como o creme auxiliaria a cicatrização da pele

Pesquisadores da Universidade de Northwestern, nos Estados Unidos, inventaram um creme à base de melanina sintética, capaz de curar danos provocados diariamente na pele, como a exposição ao sol, toxinas ambientais e feridas. Os resultados foram publicados na Regenerative Medicine. 

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A melanina é o pigmento que fornece cor à pele, aos olhos e aos cabelos de humanos e animais. Uma de suas funções é proteger a pele das agressões provocadas pelos raios solares, aumentando a coloração como resposta à luz solar e eliminando os radicais livres em resposta à exposição à poluição ambiental, responsáveis pelo envelhecimento da derme e que podem evoluir para um câncer.


Cientes de tais fatores, os cientistas criaram uma melanina sintética, que imita a substância natural e pode ser aplicada diretamente na ferida, acelerando a cicatrização tanto topicamente como sistematicamente. Ela pode ainda ser usada para queimaduras tanto solares como químicas.

Para funcionar dessa maneira, os cientistas criaram nanopartículas sintéticas de melanina, modificando sua capacidade para que haja uma maior eliminação dos radicais livres. 


Para o experimento, os pesquisadores utilizaram um produto químico para causar bolhas em uma amostra de pele humana. As bolhas apareceram como uma separação das camadas superiores da pele umas das outras.

Após algumas horas, eles aplicaram o creme na região afetada. Nos primeiros dias, a pele mostrou uma resposta imunológica, ajudando na recuperação de enzimas capazes de eliminar os radicais livres e interrompendo a produção de proteínas inflamatórias.

Com isso, o organismo iniciou uma cadeia de respostas imunológicas, aumentando consideravelmente as taxas de cura.

Já nas amostras que não receberam a melanina sintética, as bolhas persistiram.

“A melanina sintética é capaz de eliminar mais radicais por grama em comparação com a melanina humana. Como supermelanina. É biocompatível, degradável, não tóxica e transparente quando esfregada na pele. Em nossos estudos, atua como uma esponja eficiente, removendo fatores nocivos e protegendo a pele", afirma o coautor do estudo Nathan Gianneschi.

Ao aplicar a melanina sintética na pele, ela se mantém na superfície e não é absorvida pelas camadas inferiores.

A princípio, os pesquisadores, que estudam a melanina há cerca de uma década, tinham a intenção de usar o produto como protetor solar. 

“Ele protegeu a pele e as células da pele contra danos. Em seguida, nos perguntamos se a melanina sintética, que funciona principalmente para absorver radicais, poderia ser aplicada topicamente após uma lesão na pele e ter um efeito curativo na pele. Acontece que funciona exatamente dessa maneira", afirmou Gianneschi. 

Kurt Lu, um dos autores correspondentes do estudo, acredita que o creme poderá ser usado como potencializador do filtro solar, assim como de hidratante, para a reparação da pele.

“Você poderia colocá-lo antes de sair ao sol e depois de tomar sol. Em ambos os casos, demonstramos redução de danos e inflamações na pele. Você está protegendo a pele e reparando-a simultaneamente. É um reparo contínuo.”

O creme poderia ainda ser usado para bolhas e feridas abertas.

Além disso, os autores descobriram que o creme, ao ser aplicado em uma lesão e absorver os radicais livres, também acalmava o sistema imunológico.

A camada externa das células maduras da pele, chamada de extrato córneo, faz contato com a epiderme, camada que recebe os sinais exteriores, e, ao acalmar a inflamação da superfície, pode acelerar o processo de cura do corpo em vez de inflamá-lo. 

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