Complicações por doenças respiratórias entre crianças estão em alta no Brasil, alerta Fiocruz
Instituição relata aumento das internações infantis por síndrome respiratória aguda grave
Saúde|Do R7
O boletim InfoGripe da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) desta semana traz um alerta sobre o aumento do número de internações por SRAG (síndrome respiratória aguda grave) em crianças no Brasil.
Segundo o relatório, divulgado nesta quarta-feira (6), os indicadores de complicações causadas por vírus respiratórios em crianças estão em alta desde meados de fevereiro.
"Em crianças de 0 a 4 anos, os dados laboratoriais apontam para a influência de casos associados ao vírus sincicial respiratório (VSR). Já no grupo de 5 a 11 anos, os números sugerem interrupção de queda nos casos associados ao Sars-CoV-2 (Covid-19) e aumento de casos associados a outros vírus respiratórios no mês de março", dizem os pesquisadores da Fiocruz em relação ao período entre 27 de março e 2 de abril.
O outono e o inverno são tipicamente as épocas do ano em que as crianças mais sofrem com doenças respiratórias.
Além do VSR e do Sars-CoV-2, há uma circulação intensa de rinovírus (causador de resfriado comum) que está fazendo a população adoecer.
O retorno aos ambientes escolares depois de praticamente dois anos sem convívio social também é um fator que está levando as crianças a pegar mais viroses.
Por outro lado, o número de casos de SRAG entre a população adulta está em queda. Também caiu a prevalência do coronavírus como o causador das complicações respiratórias, segundo a Fiocruz.
Durante o período mais crítico da pandemia no país, há um ano, a infecção pelo Sars-CoV-2 respondia por cerca de 96% de todas as internações por SRAG. Nas últimas quatro semanas, o registro é de 50,7%.
"Referente ao ano epidemiológico 2022, já foram notificados 107.478 casos de SRAG, sendo 60.895 (56,7%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 31.883 (29,7%) negativos, e ao menos 9.171 (8,5%) aguardando resultado laboratorial. Dentre os casos positivos do ano corrente, 5,5% são Influenza A, 0,1% Influenza B, 3,9% VSR e 86,7% Sars-CoV-2", descreve o boletim.
A vacinação contra a Covid-19 e contra a gripe é uma forma de evitar duas doenças que podem evoluir para quadros graves no público infantil.