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Conheça os sintomas mais comuns da afasia, doença que afastou Angeli e Bruce Willis do trabalho

Distúrbio neurológico envole perda parcial ou total da capacidade de expressar ou compreender a linguagem falada ou escrita

Saúde|Do R7

O cartunista Angeli anunciou sua aposentadoria por causa da doença
O cartunista Angeli anunciou sua aposentadoria por causa da doença

Dois artistas foram afastados recentemente de seus trabalhos por conta da mesma doença, a afasia. Nesta quarta-feira (20), o cartunista Angeli, de 65 anos, anunciou que vai se aposentar graças a isso. E, no fim de março deste ano, o distúrbio afastou das telas do cinema o ator Bruce Willis, de 67 anos.

A afasia é um distúrbio neurológico que se caracteriza pela "perda parcial ou total da capacidade de expressar ou compreender a linguagem falada ou escrita", segundo o Manual MSD de Diagnóstico e Tratamento.

Os sintomas dependem do tipo de afasia, mas os mais comuns são a dificuldade para entender a linguagem e a escrita; ou, nos casos em que a pessoa consegue compreender o que se fala, podem ter dificuldade em encontrar palavras para se fazer entender.

"A afasia se manifesta principalmente com dificuldade de se expressar. Pode ser dificuldade de encontrar uma palavra frequente, como telefone, por exemplo, ou envolver troca de palavras. Vou falar telefone, mas falo cadeira", explica a fonoaudióloga Mônica Kerr.


"A afasia progressiva primária começa se manifestando com a dificuldade de encontrar palavras, depois vem a troca de palavras, e isso vai progredindo e vai sendo cada vez mais difícil a pessoa se expressar podendo chegar a um mutismo", afirma.

Outros sintomas do distúrbio também podem incluir trocas de sons na fala, troca de letras na escrita e/ou dificuldade de compreender um material verbal ou escrito.


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A doença afeta áreas do cérebro que controlam a linguagem e pode ser causada por acidente vascular cerebral, traumatismo craniano ou infecção no cérebro, mas nesses casos não piora com o tempo.

Já em pacientes que têm tumor cerebral, a doença costuma evoluir conforme a lesão cresce e pressiona as áreas do cérebro responsáveis pela linguagem.


Em casos de demência também é comum que os pacientes tenham piora no quadro de afasia.

Tipos principais

O Manual MSD lista os dois tipos principais da doença: a afasia de Wernicke (receptiva) e a de Broca (expressiva).

Na afasia de Wernicke, o paciente tem dificuldade para compreender a linguagem e a escrita.

"[Pessoas com afasia de Wernicke] costumam falar fluentemente e com um ritmo natural, mas as frases saem formuladas com palavras confusas (por vezes referidas como salada de palavras). Podem não saber que estão falando coisas sem sentido. A maioria das pessoas afetadas também é incapaz de ler palavras. Elas escrevem como falam — de forma fluente, mas incompreensível", explica o manual médico.

A afasia de Broca atinge outra parte do cérebro, e as pessoas com esse distúrbio, em geral, compreendem o que se fala e sabem como desejam responder, mas têm dificuldade em encontrar palavras para se fazer entender.

"[Pessoas com afasia de Broca] articulam as palavras lentamente e com grande esforço, às vezes, interrompidas por imprecações, mas o que dizem faz sentido para elas. Também não há ritmo nem ênfase normais da fala. Elas têm dificuldade em repetir frases. A maioria das pessoas afetadas também é incapaz de escrever palavras", acrescenta o manual.

Como tratar

O tratamento do distúrbio depende do fator associado à causa, do tamanho, da localização da lesão cerebral e da extensão do comprometimento da linguagem.

Em geral, os médicos buscam tratar a causa. Por exemplo, se houver um tumor, são feitas abordagens para reduzi-lo ao máximo, na expectativa de recuperar a área do cérebro responsável pela linguagem.

Também é utilizado tratamento com fonoaudiólogo, especialmente nos casos em que não há evolução da afasia.

Segundo a fonoaudióloga Mônica Kerr, o tratamento da afasia envolve uma avaliação da linguagem, que mapeia as capacidades e dificuldades da pessoa com afasia e traça um processo de reabilitação e estimulação da comunicação daquela pessoa.

"O principal é respeitar o tempo do afásico. [Entender que] mudou a forma dele se comunicar. E a nossa interação é fundamental para a comunicação dele. Então é importante lhe dar atenção, lhe dar tempo e deixar que ele se expresse", completa Mônica.

Quando o paciente perde as habilidades básicas de linguagem, existe a possibilidade do uso de livros ou placas com imagens e símbolos para estabelecer uma comunicação com as pessoas do convívio próximo.

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