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Conheça perigos e consequências da picada de escorpião

Caso recente de menino de dois anos que está em coma após ser ferido pelo animal retoma a importância de manter cuidados básicos, como usar soleiras nas portas

Saúde|Do R7, com Agência Brasil

Escorpião que picou menino de dois anos no Distrito Federal
Escorpião que picou menino de dois anos no Distrito Federal Escorpião que picou menino de dois anos no Distrito Federal

Parentes das aranhas e dos carrapatos, os escorpiões são animais peçonhentos cuja picada pode causar sérios problemas à saúde. Dados do Ministério da Saúde mostram que, em 2021, foram registrados mais de 154 mil acidentes por picada de escorpião no Brasil.

A chegada do verão também é a época em que o Brasil mais registra acidentes com escorpiões. As principais vítimas são as crianças, que representaram boa parte das mortes.

"O escorpião também causa mortes em adultos, mas a proporcionalidade de mortes entre crianças é muito maior, de seis a oito vezes mais alta [em relação aos adultos]. Por isso a nossa preocupação", disse gerente médico do Ceatox (Centro de Assistência Toxicológica) do Instituto da Criança do HCFMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP), Carlos Roberto de Medeiros, ao R7 em fevereiro de 2022.

A pasta alerta que não há evidências científicas de que tratamentos caseiros funcionem e diz que, em caso de picada, o paciente deve procurar atendimento médico imediato.

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Algumas espécies de escorpião já estão fortemente adaptadas ao ambiente urbano. Em caso recente registrado em Brasília, o menino Thomas Caitano, de dois anos, foi picado pelo animal na cabeça enquanto dormia, em um apartamento em Águas Claras. A criança permanece internada em estado grave, sem previsão de alta, e a família pede doação de sangue do tipo A+.

"O veneno afetou o coração, o pulmão e o quadro de inflamação é grave. Estamos pedindo oração para todo mundo", disse ao R7 no dia três de janeiro deste ano.

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O ministério reforça que, no verão, a atenção deve ser redobrada por causa do clima úmido e quente.

Espécies

No Brasil, existem quatro principais espécies de escorpião: escorpião-amarelo, encontrado em todas as regiões e o que mais preocupa, por ser o mais venenoso; escorpião-marrom, encontrado na Bahia e em alguns locais do Centro-Oeste, Sudeste e Sul; escorpião-amarelo-do-nordeste, mais comum no Nordeste, com registros em São Paulo, no Paraná e em Santa Catarina; e escorpião-preto-da-amazônia, principal causador de acidentes e mortes na Região Norte e em Mato Grosso.

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O principal envolvido nesses episódios é o Tityus serrulatus, popularmente conhecido como escorpião amarelo.

Estes animais medem cerca de 7 cm de comprimento quando adultos e são considerados os escorpiões mais venenosos da América do Sul. Nas regiões urbanas, ele não tem predadores naturais.

Sinais e sintomas

De acordo com o ministério, quando a pessoa é picada por escorpião, a dor é imediata em praticamente todos os casos. Há ainda sensação de formigamento, vermelhidão e suor no local.

Após alguns minutos ou horas, principalmente em crianças, que são mais vulneráveis ao veneno, podem aparecer sintomas como tremores, náuseas, vômitos, agitação incomum, produção excessiva de saliva e hipertensão.

"O problema é que você não sabe qual criança vai evoluir para isso [quadro greve] ou não – e a evolução é rápida. [...] O veneno do escorpião, assim como o de outros animais peçonhentos, tem uma série de toxinas. Mas a principal ação no escorpianismo grave é o que nós chamamos de neurotoxinas que bloqueiam canais de sódio e de potássio presentes em fibras excitáveis, principalmente no sistema nervoso. Isso causa uma liberação de neurohormônios e age no corpo inteiro", alertou Medeiros.

A pasta destacou que todos os escorpiões são venenosos e diz que os riscos aumentam de acordo com a quantidade de veneno injetado e em quão nocivo o veneno de cada espécie é para o corpo humano. Os casos leves, que não necessitam da aplicação do antiveneno, representam cerca de 87% do total de acidentes.

O soro antiescorpiônico é disponibilizado apenas nos hospitais de referência do SUS (Sistema Único de Saúde). Vale lembrar que também é importante levar o animal para análise de equipe médica.

As unidades médicas especializadas nesse atendimento em São Paulo estão disponíveis nesse link.

Prevenção

Os escorpiões que habitam no meio urbano alimentam-se principalmente de baratas e são comuns em locais onde há acúmulo de lixo. São animais que não atacam, mas se defendem quando ameaçados.

Segundo o ministério, para evitar encontros indesejados, é importante manter sacos de lixo bem fechados, jardins e quintais limpos e evitar acúmulo de entulho, folhas secas, lixo doméstico e materiais de construção nas proximidades das residências.

Em casas e apartamentos, é importante usar soleiras nas portas e janelas; telas em ralos do chão, pias e tanques; afastar camas e berços das paredes; evitar que roupas de cama e mosquiteiros encostem no chão e manter o gramado aparado.

Outra recomendação é não colocar a mão em buracos, embaixo de pedras ou em troncos apodrecidos e usar luvas e botas de raspas de couro para realizar atividades que representem certo risco, como manusear entulho e material de construção.

Nas áreas rurais, além de todas essas medidas, é essencial preservar os chamados inimigos naturais dos escorpiões: lagartos, sapos e aves de hábitos noturnos, como corujas.

"O Ministério da Saúde não recomenda a utilização de produtos químicos (pesticidas) para o controle de escorpiões. Esses produtos, além de não possuírem, até o momento, eficácia comprovada para o controle do animal em ambiente urbano, podem fazer com que eles deixem seus esconderijos, aumentando o risco de acidentes."

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