Saúde Eficácia da vacina de Oxford sobre cepa do Amazonas sai em 14 dias

Eficácia da vacina de Oxford sobre cepa do Amazonas sai em 14 dias

Fiocruz deve divulgar resultados em duas semanas, segundo pesquisador; Universidade de Oxford também realiza testes

  • Saúde | Carla Canteras, do R7

Resumindo a Notícia

  • Fiocruz pesquisa se vacina da Oxford é eficaz contra variante do Amazonas
  • Em 14 dias, pesquisadores devem apresentar primeiras respostas do estudo
  • Universidade de Oxford, no Reino Unido, também está testando eficácia contra essa cepa
  • Eficácia da Coronavac contra essa mutação também está sendo testada pelo Butantan
Fiocruz e Oxford testam efeito da vacina de Oxford sobre variante do Amazonas

Fiocruz e Oxford testam efeito da vacina de Oxford sobre variante do Amazonas

Michel Dantas/AFP

Com o surgimento das variantes do novo coronavírus  uma das maiores dúvida de médicos, pesquisadores e pessoas em geral é sobre a eficácia das vacinas, já produzidas, contra as infecções causadas por essas mutações.

No Brasil, a cepa do Amazonas tem maior possibilidade de propagação, do que as outras variantes. Por isso, a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), no Rio de Janeiro, e o Instituto Butantan, em São Paulo, correm para testar a vacina de Oxford e Coronavac, respectivamente. O médico e pesquisador da Fiocruz, Felipe Naveca acredita que em até duas semanas, a fundação vai conseguir divulgar os resultados dos primeiros estudos sobre a eficácia da vacina produzida no Rio de Janeiro.

Amostras da P.1, como é chamada a variante brasileira, foram enviadas do Amazonas para a sede carioca da fundação e, lá, o vírus foi isolado para os testes. “Precisávamos isolar o vírus e esse processo biológico não tem como ser apressado. Já conseguimos começaram os ensaios nas amostras de pessoas que foram infectadas e das que tomaram a vacina Oxford/AztraZeneca. Em duas semanas teremos as primeiras respostas desse estudo”, conta Naveca.

Os pesquisadores vão aplicar a variante no soro das amostras que estão guardadas na Fiocruz e será verificado se os anticorpos produzidos neutralizam ou não a mutação.

Além do Brasil, a Universidade de Oxford recebeu amostras da cepa P.1 da fundação e está testando também a eficácia do imunizante contra a mutação do Amazonas.

Em pesquisas iniciais, os pesquisadores verificaram que os efeitos da vacina de Oxford contra a variação da África do Sul não foram satisfatórios e o país parou de usar o imunizante. Por isso, é importante saber os efeitos sobre a P.1 para verificar se vale a pena, ou não, seguir com as aplicações dessa vacina por aqui.

No caso da Coronavac, o diretor do Instituto Butantan afirmou que os testes começaram a ser feitos e que os pesquisadores têm a expectativa positiva da eficácia. Isso porque, na China o laboratório Sinovac testou a vacina contra as variações britânica e sul-africana (outras duas variantes espalhadas no mundo e que preocupam especialistas) e o resultado foi satisfatório.

Como explica Naveca, as três variantes que mais preocupam a OMS (Organização Mundial de Saúda) são semelhantes. “A mutação do Amazonas tem algumas variações iguais às encontradas no Reino Unido e África do Sul. Mas vale dizer que a cepa daqui apresenta uma série de mutações que não tinham sido encontradas até o momento. Algumas mutações envolvem na proteína spike que faz a interação inicial com a celular humana”, afirma o pesquisador.

Por essas diferenças, todas as vacinas que estão no mercado devem ser testadas com a variante brasileira.

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