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Entenda a reação alérgica que matou torcedor do Flamengo

Em algumas pessoas, alergia alimentar causa liberação de substâncias inflamatórias no organismo e pode ser fatal; reação é rápida

Saúde|Brenda Marques, do R7

Diego (o 2º da esquerda para a direita) aparece com amigos na praia antes de comer camarão
Diego (o 2º da esquerda para a direita) aparece com amigos na praia antes de comer camarão Diego (o 2º da esquerda para a direita) aparece com amigos na praia antes de comer camarão

A morte de um torcedor do Flamengo pouco tempo após comer camarão, em uma praia no Rio de Janeiro, deixou muita gente chocada. Diego Fernandes, de 26 anos, viajou de Mogi-Mirim (SP) para a capital fluminense para realizar o sonho de ver o time rubro-negro jogar no Maracanã, mas horas antes ingeriu camarão na praia e teve uma reação alérgica.

O que leva a uma morte tão rápida após comer um alimento? 

Segundo a médica Ana Paula Moschione Castro, membro do Departamento Científico de Alergia Alimentar da ASBAI (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia), 5% das crianças e 3% dos adultos têm alergia alimentar.

“É frequente [a alergia], mas dentro desse grupo, apenas em uma pequena parte ocorrem manifestações mais graves da doença”, esclarece.

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Os alimentos que mais causam alergias em adultos são castanha, amendoim e camarão – esses dois últimos são também os que mais geram reações fatais.

De acordo com Ana Paula, as alergias alimentares são causadas por alterações genéticas no sistema imunológico. “É um defeito no sistema de defesa, que entende como “inimigo” um alimento e dá uma resposta errada à sua presença no organismo”, define.

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Os sintomas gerados por esse processo são muito variados. Incluem diarreia com sangue, placas vermelhas ou agravamento de inflamações na pele e anafilaxia — uma reação que pode levar à morte, como aconteceu com Diego.

“É a liberação de várias substâncias inflamatórias ao mesmo tempo, com destaque para a histamina”, explica a médica. Assim, ocorre o choque anafilático: “Elas dilatam os vasos, o sangue se esvaece e a pressão cai. É uma resposta rápida”, completa.

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A médica ainda afirma que Diego deve ter tido algum contato com camarão antes da ingestão na praia, embora o jovem tenha dito que nunca havia experimentado o alimento.

“Se fosse o primeiro contato, não haveria uma resposta do sistema imunológico como essa que causou anafilaxia. É preciso que o organismo já conheça o elemento para haver uma reação alérgica”.

Não existem exames para identificar as alergias alimentares, apenas com a ingestão e os sintomas gerados a partir dela é possível ter conhecimento da doença.

Mas a especialista adverte as pessoas que já sabem ter alergia: “Devem levar consigo a adrenalina autoingetável. Faz diferença receber a aplicação nos primeiros 30 minutos após o início da reação e pode salvar a vida”, ressalta. O hormônio faz com que os vasos sanguíneos se fechem e assim o sangue volta a circular.

“Um estudo mostra que 90% das pessoas que morrem por alergia sabiam que eram alérgicas àquele alimento. E, nesses casos elas morreram por contaminação em outros produtos ou porque acharam que a alergia não seria grave”, afirma a médica.

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