Dados da ABHA (Associação Brasileira de Halitose) estimam que 3 em cada 10 brasileiros já tiveram problemas de mau hálito, e segundo o doutor em perio-implantodontia e diretor da Faculdade Aria de Odontologia, Alessandro Januário a maioria não percebe o problema. O quadro é chamado de fadiga olfatória. “A pessoa se acostuma com aquele cheiro igual ao perfume. Às vezes, você passa a colônia e já não sente mais nada, mas alguém chega perto e repara. É um princípio semelhante. Isso porque, com o passar do tempo, a pessoa se acostuma e não percebe que está com o problema”, explica.Segundo a ABHA, a halitose não é uma doença, mas pode ser um dos sintomas de um problema de saúde ou alguma alteração fisiológica. Os especialistas afirmam que o mau hálito pode ser um sinal de desequilíbrio. Januário explica que, embora a halitose possa ter diversas causas, o problema se origina na boca em cerca de 90% das situações. ”Podemos destacar que as doenças periodontais, como a gengivite provocada pela falta de higiene correta da boca e dos dentes, cáries e a alteração do padrão salivar estão entre os fatores que contribuem para a doença. Mas a halitose em 10% dos casos também pode ter causas sistêmicas como doenças renais, sinusites, problemas respiratórios e amigdalites frequentes”, ressalta.Uma das práticas que pode provocar o quadro é o jejum prolongado.” O enxaguante bucal assim como o chiclete só disfarçam a halitose e não resolvem a situação. É fundamental procurar o dentista para identificar as causas do problema e tratá-lo de forma eficaz”, explica o dentista.O quadro pode causar constrangimento e insegurança nas relações interpessoais, afetando a vida social e profissional. Entretanto, não é apenas a “saúde psicológica” do paciente que fica comprometida. “No caso da halitose crônica, causada por fatores patológicos, por exemplo, há um real comprometimento da saúde física do paciente, com a existência de falhas ou alterações em determinado órgão, ou sistema do portador. Isso mostra a importância em se identificar as causas da halitose e tratá-las adequadamente”, explica a ABHA.