Estudo preliminar conclui que covid-19 pode causar danos cerebrais
Complicação mais comum observada pelos pesquisadores foi o derrame, além de inflamações, psicoses e até sintomas de demência em alguns casos graves
Saúde|Do R7
![O novo coronavírus afeta o cérebro principalmente de quem tem mais de 60 anos](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/DQGN6GCR6NONHNV46N3IP3Z3V4.jpg?auth=2df64330a0d6a6945366626d1be43c2c7ba7e9d5d28f68c911fc009038f806d0&width=395&height=263)
Um estudo preliminar feito com pacientes hospitalizados com a covid-19 descobriu que a doença pode causar danos no cérebro, causando complicações como derrames, inflamações, psicoses e sintomas análogos ao da demência em alguns casos graves.
As descobertas da pesquisa são o primeiro olhar detalhado a uma série de complicações neurológicas ligadas à covid-19, disseram pesquisadores, e ressaltam a necessidade de estudos mais amplos para descobrir os mecanismos por trás desses danos e ajudar na busca por tratamentos.
Leia também: Azitromicina não tem efeito sobre covid-19, mas auxilia tratamento
"Esse é um importante retrato das complicações cerebrais da covid-19 em pacientes hospitalizados. É importante que continuemos a coletar essas informações para realmente entender o vírus por completo", disse Sarah Pett, uma professora da University College London que co-liderou o trabalho.
O estudo, publicado na revista Lancet Psychiatry na quinta-feira (25), examinou em detalhe 125 casos em todo o Reino Unido. O pesquisador Benedict Michael, que co-liderou a pesquisa na Universidade de Liverpool, disse que é importante notar que o estudo se focou em casos graves.
Os dados foram coletados entre os dias 2 e 26 de abril --quando a doença estava se espalhando de maneira exponencial no país.
Saiba mais: Mães na pandemia, 'Sinto pânico só de pensar em ficar doente'
A complicação mais comum registrada era o derrame, que foi registrado em 77 dos 125 pacientes. Desses, a maioria tinha mais de 60 anos de idade, e a maioria dos casos foi causada por um coágulo no cérebro, configurando o chamado derrame isquêmico.
O estudo também descobriu que 39 dos 125 pacientes mostraram sinais de confusão ou mudanças de comportamento que refletiam um estado mental alterado.