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A alimentação é base para o bom funcionamento do organismo. Todo alimento ingerido exerce algum efeito direto na saúde - seja bom, ou não.
Buscando adaptar a realidade alimentícia do país, o Ministério da Saúde, em parceria com o HCor (Hospital do Coração), baseado em estudos realizados pelo hospital, criou uma cartilha com recomendações sobre a Dica BR (Dieta Cardioprotetora Brasileira), de modo a melhorar a vida de pacientes com obesidade, hipertensão, diabetes tipo 2, colesterol elevado e doenças cardiovasculares, conforme informações divulgadas pelo HCor.
"Trata-se de alimentos que ajudam a proteger e a melhorar a saúde do coração", comenta Vera Shukumine, nutróloga da healthtech Sami -
Por ser baseada na alimentação do brasileiro, a Dica BR é simbolizada pela bandeira do Brasil e dividida em grupos alimentares de acordo com as cores da bandeira: verde, amarela e azul, seguindo a mesma lógica da distribuição e consumo, sendo sua maior área representada pela cor verde, seguida pela amarela e pela azul.
A nutróloga da Sami afirma que, aqueles que gostariam de iniciar a alimentação cardioprotetora, devem começar aos poucos, de forma a adaptar à rotina.
"Para começar, vale ter como mantra a frase 'descasque mais, desembale menos', pois assim a pessoa vai se policiando quanto ao consumo de alimentos industrializados/processados e se recorda dos benefícios dos alimentos in natura, que compõem o grupo verde da alimentação cardioprotetora, por exemplo. E sim, o 'desembalar' também envolve o delivery. Os interessados em mudar hábitos alimentares devem fazer um esforço para tentar produzir as próprias refeições diárias", alerta -
De acordo com o Ministério da Saúde, a dieta cardioprotetora pode ser adotada por todas as pessoas. Entretanto, ela é mais indicada para aqueles que possuem excesso de peso ou obesidade; pressão alta; diabetes; colesterol alto; triglicérides alto; histórico de infarto e cirurgia do coração (pontes safena ou mamária);e histórico de AVC
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Grupo verde
É composto por alimentos que mais protegem o coração. São ricos em vitaminas, minerais, fibras e antioxidantes, além de não terem substâncias que prejudiquem o coração, como gordura saturada, colesterol e sódio.
Tal grupo inclui alimentos que sofreram nenhuma ou mínima alteração após deixar a natureza, ou seja, frutas, verduras, legumes, leite, iogurte natural, feijões, cereais, raízes, tubérculos e ovos.
Vera afirma que, na rotina, é possível incluir a ingestão de legumes em sopa; consumir leite no café da manhã e comer frutas como lanches entre as refeições. -
Grupo amarelo
Seguindo o padrão de prevalência da cor na bandeira, os alimentos do grupo amarelo devem ser consumidos com moderação, pois podem ter mais calorias, gordura ou sal do que os do grupo verde. Entretanto, o Ministério da Saúde preconiza que eles não devem deixar de ser consumidos, visto que são responsáveis por fornecer energia.
O grupo tem alimentos como pães, cereais, macarrão, farinhas, castanhas e óleos vegetais. A nutróloga recomenda que, no dia a dia, o arroz pode se tornar mais saudável quando cozido com legumes ou oleaginosas; já o macarrão pode ser acompanhado de um molho pesto natural ao invés do molho de tomate industrializado; por fim, a farinha branca, pode ser substituída pelos farelos de aveia, coco, chia e afins -
Grupo azul
A categoria inclui alimentos que são fontes de gordura saturada, sal e colesterol, nutrientes que podem prejudicar a saúde do coração. Assim, devem ser consumidos em quantidade reduzida.
O grupo azul é composto por carnes, queijos, ovos e manteiga. Entretanto, Vera afirma que, na quantidade certa, tais alimentos podem fortalecer o sistema imunológico, melhorar os níveis do colesterol positivo e diminuir o risco de doenças cardiovasculares. Sendo assim, é possível incluir um frango grelhado ou uma salada com cubos de queijo no cardápio -
Grupo vermelho
Esta divisão inclui os alimentos não recomendados para uma alimentação saudável. Assim, o ideal é evitá-lo, alerta o Ministério da Saúde.
Os alimentos ultraprocessados fazem parte do grupo vermelho. Estes produtos industrializados têm aditivos químicos, como conservantes, estabilizantes, corantes, edulcorantes e aromatizantes, além de excesso de alguns ingredientes, como gordura vegetal hidrogenada. Entre eles, pode-se citar macarrão instantâneo, salgadinhos, biscoitos, bolachas, refrigerantes e salsicha, por exemplo -
A nutróloga da Sami afirma que o sal e o açúcar não são classificados em nenhum dos grupos da alimentação cardioprotetora pois são considerados temperos de outros alimentos. Entretanto, o consumo não deve ser indiscriminado.
Cafés e chás também não são classificados em grupos, segundo o guia. Apesar de terem propriedades cardioprotetoras, o que encaixam as bebidas no grupo verde, inclusive, o café e os chás não têm relevância energética no consumo diário