Hérnia umbilical, como a de Fabi Justus, pode comprometer órgãos e necessitar de cirurgia
Protuberância pode ocorrer devido a fraquezas na musculatura abdominal
Saúde|Do R7
Na última sexta-feira (7), Fabiana Justus, filha de Roberto Justus, relatou ter passado por uma cirurgia para corrigir uma hérnia umbilical, chamando atenção por passar pelo procedimento durante a gravidez.
De acordo com a gastroenterologista Patrícia Almeida, do Hospital Albert Einstein, hérnias umbilicais são saliências que aparecem no umbigo devido a uma fraqueza na musculatura local. Na gestação, elas aparecem em decorrência da pressão abdominal, somada ao afastamento de músculos que compõem a parede da região.
"Na gravidez, a pele e o músculo abdominal esticam muito e ficam mais flácidos para poder acomodar o bebê. Isso pode acarretar a abertura da cicatriz umbilical, formando a hérnia, que aparece como uma protuberância (um calombinho) no umbigo, podendo acontecer de ficar até invertido, virado para fora", explica Alexandre Sakano, médico-cirurgião da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Em crianças, é comum que as hérnias umbilicais apareçam pelo fechamento incompleto do anel umbilical durante a formação do feto.
Já em adultos, o problema pode ocorrer não só na gravidez, mas por fatores como sobrepeso, obesidade, aumento da pressão abdominal (como a presença de água na barriga), tabagismo, tosse crônica, esforço físico intenso e repetido e histórico de cirurgias abdominais anteriores.
Sakano afirma que as hérnias podem fazer com que alguns órgãos abdominais fiquem presos em sua cavidade, como o intestino, dando origem às chamadas hérnias encarceradas. A condição pode provocar dor e levar à falta de circulação no órgão afetado, necessitando de cirurgias de emergência.
• Compartilhe esta notícia no WhatsApp
• Compartilhe esta notícia no Telegram
Nesses casos, mesmo durante a gravidez, é indicada a intervenção cirúrgica, para evitar complicações.
"O maior risco de se operar na gestação é causar danos ao bebê, pela anestesia ou pela própria agressão cirúrgica. Na fase inicial, as anestesias podem causar malformações ou até gerar a perda do bebê. Já nas fases finais, o risco é de um parto prematuro ou provocar efeitos colaterais dos medicamentos ao feto. Mas, sabendo da gravidez e tomando as precauções devidas, o risco é muito pequeno", argumenta Sakano.
No entanto, se não houver encarceramento de órgãos durante a gestação, Patrícia afirma que o tratamento é conservador — esperando o parto, quando a hérnia pode desaparecer — ou pode ser feito o procedimento cirúrgico.
Leia também
Para os demais casos, a indicação de tratamento é cirúrgica.
Os médicos dizem que não existem métodos que possam prevenir o aparecimento das hérnias umbilicais. Porém, o risco é diminuído quando a pessoa tem um estilo de vida saudável, evita sobrepeso, obesidade e tabagismo e mantém a prática de atividades físicas.
Conheça 10 curiosidades sobre vitaminas e minerais que podem ajudar (ou não) a sua saúde: