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Leishmaniose se espalha por SP apesar de diminuição de casos

De acordo com boletim da Secretaria Estadual da Saúde, 97 cidades apresentaram ocorrências da doença em 2017, contra 42 em 2014

Saúde|Deborah Giannini, do R7

Mosquito-palha é o transmissor da doença
Mosquito-palha é o transmissor da doença

Embora o número de casos de leishmaniose visceral tenha diminuído no Estado de São Paulo nos últimos quatros anos, houve um aumento do número de cidades com registro da doença de 2017, segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde.

O Estado de São Paulo apresentou 121 casos e 7 mortes no ano passado e, em 2014, foram 141 casos e 12 mortes. De acordo com o boletim da secretaria, 97 cidades apresentaram casos da doença no ano passado. Em 2014, eram 42 — São Paulo tem o total de 645 municípios.

No ano passado, a cidade com maior incidência da doença foi Marília, com 31 casos e nenhuma morte. Já Araçatuba registrou 28 casos e três mortes, seguida de Bauru e Presidente Venceslau, com 29 casos e duas mortes e 23 casos e uma morte, respectivamente.

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Em 2014, Bauru chegou a registrar 38 casos e uma morte; Araçatuba, 34 casos e duas mortes; Marília, 33 casos e cinco mortes; e Presidente Venceslau, com 19 casos e duas mortes.


A leishmaniose visceral é uma doença infecciosa que apresenta sintomas poucos específicos, como febre intermitente e perda de peso. De difícil diagnóstico, caso não seja tratada, em 90% dos casos leva à morte.

A transmissão da doença ocorre quando fêmeas do mosquito-palha ou birigui picam uma pessoa ou um animal infectado, como cães, gatos e cavalos, e picam alguém saudável, transmitindo o protozoário Leishmania chagasi.


Não existe vacina contra a doença.

Retorno da leishmaniose após 30 anos


A doença foi descrita pela primeira vez na década de 1930. Chegou a ser erradicada, mas retornou nos últimos 30 anos. De acordo com dados do Ministério da Saúde, nos últimos 15 anos, a leishmaniose visceral se espalhou por 20 Estados, principalmente das regiões Nordeste, Norte, Centro-Oeste e Sudeste. Apenas a Sul não foi acometida.

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Em 2016, segundo o último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, o país registrou 3.200 casos da doença e 265 mortes. O Maranhão é o recordista em casos, com 655. Estados como Rondônia, Acre e Amazonas não apresentaram registro da doença naquele ano, ainda segundo o mesmo boletim.

Porto Alegre e Santa Catarina registraram casos da leishmaniose visceral humana pela primeira vez na história em 2017.

A doença em cachorros

O Brasil apresenta 90% dos casos de leishmaniose canina da América Latina, segundo dados da Fiocruz. De acordo com o Ministério da Saúde, os cães são a principal fonte de infecção para o vetor. Vale ressaltar que o cachorro não transmite a doença.

Os sintomas da leishmaniose em cachorros costumam passar despercebidos aos donos porque também são inespecíficas, como problemas dermatológicos como perda de pelos em focinho, crescimento anormal das unhas, emagrecimento e perda de apetite.

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O tratamento da doença pode suprimir os sintomas em cães, mas eles continuam sendo reservatórios do parasita. Diferentemente do Aaedes aegypti, que transmite dengue, zika e chikungunyaque, e coloca os ovos em água parada, o mosquito-palha, transmissor da leishmaniose visceral, coloca os ovos em matéria orgânica, como restos de frutas e de folhas.

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