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Médicos pedem cuidado com receitas de repelente caseiro contra a dengue; veja dicas

Especialista afirma que não é possível assegurar efetividade dessas preparações; Brasil já registrou 62.247 casos prováveis

Saúde|Rafaela Soares, do R7, em Brasília

Brasil registrou 262.247 casos prováveis da doença
Brasil registrou 262.247 casos prováveis da doença Brasil registrou 262.247 casos prováveis da doença (Pedro Ventura/Agência Brasília - 04/11/2015)

Com o aumento no número de casos e escassez de produtos, muitas pessoas buscam receita caseiras para se proteger contra o mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue. O médico infectologista Lucas Godoy, do Hospital Santa Helena, da Rede D’Or São Luiz, alerta para a falta de comprovação da efetividade desses preparos. “São necessárias concentrações específicas de certos princípios ativos e, além disso, da manutenção da estabilidade”, explica. Dados do Ministério da Saúde mostram que o Brasil registrou 262.247 casos prováveis da doença até esta segunda-feira (5), com 29 mortes confirmadas e outras 173 em investigação.

O infectologista ressalta que esses produtos caseiros são feitos a partir de óleos extraídos de plantas, como citronela, eucalipto e lavanda. As receitas que encontramos na internet são na maior parte dos casos uma combinação entre ingredientes naturais e álcool. “Esses componentes podem causar dermatites e outras reações dermatológicas."

Para Godoy, o melhor caminho é procurar os produtos vendidos em farmácias, já que eles passam por um rigoroso processo de verificação junto aos órgãos competentes, sendo necessários estudos que comprovem sua efetividade.

Ele explica que os principais princípios ativos dos repelentes usados no Brasil são a Icaridina e o DEET. “A concentração ideal de icadirina é acima de 20% e do DEET entre 30 e 50% (em crianças recomenda-se concentrações menores), para as aplicações aconteçam em um intervalo de 10 horas de segurança”, explica. O médico acrescenta que concentrações abaixo do padrão necessitam de “reaplicações mais frequentes”.

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Falta de repelente

O presidente do Conselho Regional de Farmácia do Distrito Federal, Humberto Lopes, afirma que a atual escassez de repelentes nos estabelecimentos farmacêuticos é resultado da "sazonalidade do pico do mosquito da dengue". "Esse cenário tem ocasionado um consumo desproporcional, gerando temporariamente a falta de repelentes nas drogarias locais.", concluiu.

Eliminar focos

Para o infectologista, a principal ação para o combate à dengue é a eliminação dos focos de proliferação do mosquito. “A autonomia de voo do Aedes aegypti ultrapassa dificilmente os 100 metros, por isso, quando alguém contrai a doença, o foco pode estar mais perto do que se imagina.”

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Leia mais: Com mais de 260 mil casos, ministra da Saúde afirma que dengue não é epidemia nacional

Godoy diz que a população deve fazer uma vigilância ativa a possíveis locais com água parada. “Até mesmo tampinhas de garrafas podem servir de reservatório”, explica. “Esse mosquito costuma ‘atacar’ no início da manhã e ao final do dia. Por isso atenção redobrada nesses períodos”, ressalta.

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Situação do Brasil

O painel de monitoramento de arboviroses mostrou que até sexta-feira (2) o Brasil registrou 262.247 casos prováveis da doença, com 29 mortes confirmadas e 174 em investigação. A maior parte dos pacientes é de mulheres (54,47%), e a faixa etária de 30 a 39 anos é que mais contraiu a doença.

O Distrito Federal tem a maior incidência da doença, seguido pelo Acre e Minhas Gerais. Segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, os locais mais críticos vão ter prioridade na entrega de vacinas. O governo espera distribuir 6,5 milhões de doses e começar ainda em fevereiro a imunização no território nacional.

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