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Menopausa não é mimimi! Saiba como e quando adotar a terapia de reposição hormonal 

Fim do ciclo reprodutivo pode ter efeitos graves na vida da mulher. Descubra o que fazer

Saúde|Deborah Bresser, Do R7


Há várias formas de fazer a reposição; a via oral é uma delas
Há várias formas de fazer a reposição; a via oral é uma delas

Como tudo o que diz respeito ao funcionamento feminino, especialmente ao corpo e à sexualidade da mulher, a menopausa e o climatério também não escapam da chacota. Esta etapa da vida ainda é cercada de mitos e fantasmas, mas não tem nada de piadinha.

"Não poucas vezes, a menopausa e o climatério são tratados como doenças ou defeitos do corpo. Essa é uma visão equivocada e preconceituosa; a menopausa e o climatério representam um estágio na vida de toda mulher", alerta, de cara, o ginecologista Edilson da Costa Ogeda, do Hospital Samaritano.

É importante diferenciá-los: a menopausa é a data em que a última menstruação ocorrerá na vida da mulher, e o climatério é a fase da vida em que ocorre a transição do período fértil para o não reprodutivo — devido à diminuição dos hormônios sexuais produzidos pelos ovários, em especial, o estrogênio. Normalmente, a menopausa ocorre entre os 48 e 55 anos, e o climatério, sendo uma fase mais ampla dos 40 aos 60 anos aproximadamente. 

Ogeda explica que os principais efeitos do climatério são reflexos da diminuição ou falta desses hormônios sexuais femininos. Os sintomas mais comuns são ondas de calor (fogachos), sudorese noturna, insônia, menor desejo sexual, alteração do humor (labilidade), irritabilidade, depressão, ressecamento vaginal com dor na relação sexual, irregularidade menstrual até a parada total da menstruação e até diminuição da atenção e memória.

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Em algumas mulheres, os sintomas podem aparecer de forma aguda, prejudicando a qualidade de vida. Para reduzir o mal-estar do climatério e conter a perda de massa óssea comum nesta idade, em muitas situações, é receitado um tratamento hormonal, que tem como finalidade de aliviar os sintomas e não de cessar o processo da menopausa. Mas é fundamental discutir com o médico todas as vantagens, desvantagens e riscos existentes neste tipo de terapia.

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Mas o que é reposição?

A reposição consiste na administração de hormônios femininos para repor a carência hormonal produzida pela falência ovariana. Com o tratamento, os sintomas do climatério ou menopausa se atenuam muito e com isso a mulher tem uma melhora na sua qualidade de vida. A terapia hormonal pode ser indicada para as mulheres com baixo risco de problemas vasculares (trombose), que não tenham problemas sérios do fígado, que possuam seus exames ginecológicos dentro da normalidade, que possuam um baixo risco para câncer de mama, que sejam sintomáticas e que desejam fazer a terapia hormonal. 

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A reposição hormonal trata os sintomas comuns do climatério, como os fogachos
A reposição hormonal trata os sintomas comuns do climatério, como os fogachos

Sergio Podgaec, ginecologista e obstetra do hospita Albert Einstein, reitera que não é todo mundo que pode ou deve fazer o tratamento. "É contraindicado, por exemplo, para mulheres com histórico de problemas vasculares como trombose, AVC, embolia pulmonar, doenças graves do fígado, ou câncer de mama.

O principal benefício da reposição hormonal é tratar os sintomas, como a secura vaginal, calores, alteação de humor. Mas, mesmo nos casos em que há indicação, o tratamento pode trazer incovenientes. O sangramento pode voltar de forma irregular, a paciente pode ter dor de cabeça, ficar mais inchada, podem aparecer vasinhos na perna. O custo beneficio é muito individual."

Como em qualquer tratamento, existem contraindicações. Mas Maurício Abrão, ginecologista, obstetra e coordenador científico do Centro de Reprodução Humana do hospital Sírio-Libanês, informa que hoje já se sabe muito mais sobre os riscos, do que há 10, 15 anos. No início dos anos 2000, estudos colocavam a reposição hormonal na berlinda. A publicação, em 2002, de uma pesquisa conhecida como Women´s Health Initiative, no Journal of the American Medical Association, teve grande impacto entre médicos e pacientes. Na época, se chegou à conclusão de que o tratamento com hormônios aumentava os riscos de câncer de mama, infarto e derrame.

"As combinações de hormônios evoluíram muito, a foma de se fazer reposição mudou. Tem de ter critério", ressalta Abrão. Primeiro, diz o médico, é preciso avaliar a melhora de sitomas (onda de calor, insônia, cefaléia, irriatibilidade, vagina seca), e também a proteção contra outras doenças, como a osteoporose e o câncer colo retal. Algumas pesquisas já demonstram que há relação do uso dos hormônios com a prevenção de doenças neurológicas, como o Alzheimer. "Como tudo na vida, tem de ter um equilíbrio, avaliar os sintomas, e os riscos de doenças, como a propensão ao câncer de mama."

Na maior parte dos casos, o tratamento hormonal da menopausa reduz o risco de osteoporose, diminui a incidência de depressão, melhora a atividade sexual, a memória, os fogachos e retarda o envelhecimento precoce. E atenção: a mulher não deve levar a sério as idéias de que vão crescer pêlos, ou que ela vai engordar por causa dos hormônios. 

Há dois tipos diferentes de hormônios para a reposição, o estrogênio e progesterona. "O estrogênio é o que traz os principais benefícios. A progesterona serve para proteger o útero. Mulheres que não têm útero podem fazer só a reposição do estrogênio", explica o dr. Maurício Abrão.

Existem, também, diversas maneiras de se administrar os hormônios: via oral, vaginal, injeção, adesivos, por meio de cremes e substâncias inalatórias. O tratamento é geralmente realizado com dosagens relativamente baixas de estrógenio, preferencialmente por via transdérmica (adesivos sobre a pele ou gel), uma vez que os hormônios consumidos via oral prejudicam mais o fígado. O tratamento também pode ser feito com implantes hormonais. 

É fundamental se submeter a vários exames antes de se decidir pela reposição hormona, físico clínico e ginecológico. São indicados exames gerais de sangue para avaliar as gorduras (entre outros), mamografia e ultrassom mamário, ultrassom transvaginal, ultrassom de abdômen total, densitometria óssea, e outros específicos a cada caso, quando necessários. E, não se esqueça: é fundamental que o tratamento seja prescrito pelo médico ginecologista após uma avaliação criteriosa.

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