Mulheres bebem mais na TPM e na menstruação, segundo pesquisa
Oscilação hormonal causa ansiedade e sentimentos negativos, segundo especialista; alternativas seriam exercícios e atividades prazerosas
Saúde|Giovanna Borielo, do R7*
Mulheres na TPM (tensão pré-menstrual) e quando estão menstruadas tendem a beber mais, de acordo com um estudo liderado pela Universidade de Dallhousie, no Canadá.
O motivo são as oscilações hormonais e a diminuição da liberação da serotonina, neurotransmissor responsável pela regulação do humor, causando sentimentos negativos e ansiedade, segundo a biomédica Erica Siu, especialista em dependência química e coordenadora do CISA (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool).
"Muitas mulheres recorrem ao álcool nesses períodos como uma maneira de amenizar essas sensações", afirma.
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Segundo ela, mulheres são mais suscetíveis aos efeitos das bebidas alcoólicas. "Mulheres são mais vulneráveis a bebidas por uma questão biológica. O corpo feminino tem menos água que o masculino, o que deixa o álcool mais concentrado no corpo, e possui menos enzimas que metabolizam as bebidas alcoólicas, quando comparadas aos homens, fazendo com que o álcool permaneça no corpo por mais tempo", explica.
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Siu afirma que, para as mulheres, deve-se beber no máximo três doses de bebidas alcoólicas — três latinhas de cerveja ou três taças de vinho ou três shots de bebidas destiladas ou, ainda, uma dose de cada. Ela explica que uma lata de cerveja de 350 ml possui a mesma quantidade de álcool (14g) que uma taça de vinho de 150 ml, equivalendo também à mesma quantidade de álcool que um shot de destilado de 45 ml.
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A biomédica ressalta que é importante que a ingestão do álcool não ultrapasse de três doses em um dia e nem de ultrapassar de sete doses por semana.
A especialista afirma, ainda, que o excesso álcool pode oferecer prejuízos para a saúde da mulher, podendo diminuir a ovulação e a fertilidade. Siu explica que, segundo estudos preliminares, isso ocorre porque o álcool é uma substância depressora do sistema nervoso central, alterando diversos sistemas corporais, inclusive o da ovulação.
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Outros estudos prévios, segundo ela, indicam que o consumo alcoólico excessivo expõe, também, a mulher ao risco de desenvolver câncer de mama, principalmente em quem já tem a predisposição para a doença. "Um dos componentes da degradação do álcool, o alcetadeído, é cancerígeno, levando à mutação de algumas células e desencadeando o desenvolvimento de um câncer. Essa substância também aumenta os riscos para câncer de boca e de orofaringe", afirma.
A especialista recomenda que, para evitar o consumo excessivo do álcool, principalmente durante o período menstrual, a mulher deve fazer atividades físicas prazerosas, aumentando os níveis de serotonina e diminuindo os sintomas ansiosos e depressivos.
*Estagiária do R7 sob supervisão de Deborah Giannini
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