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No mundo, 67 milhões de crianças deixaram de tomar alguma vacina entre 2019 e 2021

Em estudo inédito, Unicef alerta para a queda drástica da cobertura vacinal infantil durante a pandemia

Saúde|Do R7

Falta de vacinação expõe crianças a doenças graves, como o sarampo e a pólio
Falta de vacinação expõe crianças a doenças graves, como o sarampo e a pólio Falta de vacinação expõe crianças a doenças graves, como o sarampo e a pólio

A pandemia fez aumentar um número que já era preocupante antes: o de crianças sem vacinas contra doenças graves em todo o mundo. Um estudo inédito divulgado nesta quarta-feira (19) mostra que 67 milhões delas perderam inteiramente ou parcialmente a imunização de rotina, sendo que 48 milhões ficaram sem nenhuma dose entre 2019 e 2020.

Estão incluídas no relatório vacinas contra a poliomielite, hepatites, tétano, difteria, coqueluche e sarampo, por exemplo. 

"As perturbações causadas pela pandemia interromperam a vacinação infantil em quase todos os lugares, fazendo com que as taxas de cobertura vacinal voltassem a níveis não vistos desde 2008", alerta o relatório.

As mudanças necessárias nos sistemas de saúde para enfrentar a Covid-19, a escassez de profissionais da saúde, as restrições de mobilidade e o medo de muitas famílias de se expor levaram a um cenário em que muitas crianças ficaram para trás na vacinação.

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O Unicef calcula que uma em cada cinco crianças em todo o mundo está sem proteção vacinal contra o sarampo, um vírus que pode ser fatal.

Além disso, sete em cada oito meninas elegíveis para a vacinação contra o HPV não receberam nenhuma dose. Este é um vírus que pode causar lesões que evoluem para câncer de colo de útero, vulva, vagina, ânus, orofaringe e boca.

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"Nos últimos três anos, mais de uma década de ganhos duramente conquistados na imunização infantil de rotina foram corroídos. Voltar aos trilhos será um desafio", afirma a diretora-executiva do Unicef, Catherine Russell, em carta aberta.

Um dos motivos identificados pelo fundo da ONU foi a queda da confiança da população nos imunizantes infantis.

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De 55 países analisados, a confiança nas vacinas só aumentou em três depois da pandemia – China, Índia e México.

Em alguns deles, como o Japão, por exemplo, a taxa de confiança é de 54%, um decréscimo de mais de 30 pontos percentuais no pós-pandemia.

Uma das preocupações do Unicef é que os dados revelam que a confiança nas vacinas parecem ter caído mais entre os jovens do que nos grupos mais velhos.

"Embora a confiança nas vacinas esteja longe de ser o determinante mais importante da demanda por vacinas na maioria das comunidades, o aparente aumento da hesitação não pode ser ignorado", acrescenta Catherine.

Exemplos dos problemas causados pela queda da cobertura vacinal não faltam. O relatório cita que o número dos surtos de sarampo em 2022 foi o dobro do total do ano anterior.

O vírus causador da pólio também voltou a ser encontrado em Israel, no Reino Unido, na Irlanda do Norte e nos Estados Unidos, "um lembrete de que mesmo um progresso notável contra uma doença como a poliomielite pode ser colocado em risco se não vacinarmos todas as crianças", diz o documento.

O Unicef cobra que governos fortaleçam seus sistemas de vacinação, invistam em profissionais de saúde e engajem as comunidades nas ações necessárias para aumentar a cobertura vacinal.

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