Com três pessoas infectadas pelo superfungo Candida auris em Pernambuco nos últimos dias, autoridades sanitárias estão preocupadas com o avanço da doença no estado, que já havia registrado 48 casos entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022.Os pacientes são: • um homem de 66 anos, que está internado em um hospital particular do Recife; • um homem de 48 anos, que se encontra no Hospital Miguel Arraes, em Paulista; e • um homem de 77 anos, que está no Hospital do Tricentenário, em Olinda. A Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco investiga se as pessoas foram infectadas nos hospitais ou em outro local, além de testar quem teve contato com esses pacientes.Candida auris é um fungo emergente considerado pelos CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) dos EUA "uma ameaça à saúde global". São três as razões que levam a agência sanitária estadunidense a manter um alto nível de alerta em relação ao patógeno.1. Muitas vezes, é multirresistente, o que significa que é resistente a vários antifúngicos comumente usados para tratar infecções por Candida. Algumas cepas são resistentes a todas as três classes disponíveis de antifúngicos.2. É difícil de ser identificado com métodos laboratoriais padrão e pode ser identificado erroneamente em laboratórios sem tecnologia específica. A identificação incorreta pode levar a uma gestão inadequada.3. Ele causou surtos em ambientes de saúde. Por isso, é importante identificar rapidamente o C. auris em um paciente hospitalizado para que os serviços de saúde possam tomar precauções especiais para impedir sua propagação. O C. Auris foi descrito pela primeira vez no Japão, em 2009. Ele pode causar infecções na corrente sanguínea e provocar morte, especialmente em pessoas com a saúde já debilitada, como indivíduos internados e idosos em instituições de longa permanência. Estima-se que um em cada três pacientes com infecção invasiva (sangue, coração ou cérebro, por exemplo) morra. Os CDC ressaltam que devido à dificuldade em identificar o C. Auris, e por normalmente ele acometer pessoas já doentes por outras causas, a infecção pode passar despercebida. Indivíduos saudáveis geralmente não são infectados pelo Candida auris. Por outro lado, pacientes com o sistema imunológico enfraquecido, internados em hospitais ou, principalmente, com acessos no corpo (respirador, sondas e cateteres, por exemplo) correm mais risco. A higiene adequada do ambiente hospitalar e de casas de repouso e de quem frequenta esses locais é apontada pelos CDC como uma medida eficaz de prevenção. Os sintomas mais comuns sãos febre e calafrios, que não melhoram com antibióticos em casos de suspeita de infecção bacteriana. Os pacientes também podem ter manifestações na pele e infecção nos ouvidos, segundo a agência dos Estados Unidos. A maioria dos casos é tratada com uma classe de medicamentos antifúngicos chamados equinocandinas. Entretanto, alguns não respondem aos remédios, o que torna o tratamento mais difícil e obriga os médicos a prescrever altas doses.Sete bactérias e fungos que provocam doenças fatais