Quase 80% das crianças Yanomami com desnutrição grave apresentam melhora
Os curumins, como são chamados pelas equipes de saúde, estão conseguindo ganhar peso; o grupo é acompanhado pela Casai (Casa de Apoio à Saúde Indígena)
Saúde|Da Agência Brasil
Catorze crianças yanomamis diagnosticadas com desnutrição grave e que estão sendo acompanhadas pela Casai (Casa de Apoio à Saúde Indígena) de Boa Vista ganharam peso, e seu quadro evoluiu para moderado.
O número representa 78% de um total de 19 curumins (como são chamadas as crianças da etnia pelas equipes de saúde), com idade entre 6 meses e 5 anos, monitoradas por equipes de saúde em razão de desnutrição grave.
"Mesmo sendo apenas uma amostra da população total de crianças desnutridas, é sinal de que o empenho das equipes e as estratégias adotadas até aqui funcionam e podem ser replicadas", avaliou o Ministério da Saúde.
O tratamento utiliza protocolos e diretrizes à base de fórmula. A pasta destacou que a adesão é um desafio, já que o uso desse tipo de alimento não faz parte da cultura yanomami.
Equipes fizeram uma espécie de busca ativa dentro da Casai para que as fórmulas fossem administradas adequadamente e nos intervalos definidos — algumas, de três em três horas, e outras, de quatro em quatro horas.
Os próximos passos, segundo o ministério, são a ampliação progressiva do tratamento para crianças com quadros parecidos na própria Casai e adaptações nos polos-base, o que evitará a necessidade de remoção de crianças e permitirá que elas sejam atendidas dentro do Território Yanomami.
"Isso vai ocorrer de maneira gradual conforme sejam ampliados os quantitativos de profissionais, bem como sua qualificação, e deve ser pactuado no âmbito do COE [Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública] Yanomami para as próximas semanas. Os quadros gravíssimos seguem sendo atendidos nos hospitais de referência da região", informou o Ministério da Saúde.
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