Saiba como lidar com o medo de agulha na hora de vacinar seu filho
Vacinar durante amamentação e, após os 2 anos, oferecer água com açúcar são 'truques'; reação dos pais pode influenciar desenvolvimento do medo
Saúde|Deborah Giannini, do R7

O medo de agulha pode dificultar a vacinação de crianças, que contam com ao menos oito vacinas obrigatórias na infância. Segundo o pediatra Moises Chencinski, presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPP), algumas condutas ajudam a facilitar esse processo.
No caso de crianças que ainda estão sendo amamentadas, ele recomenda que a vacinação seja feita durante o aleitamento. "Cinco minutos antes da vacinação, a mãe pode começar a amamentar e, durante esse processo, a vacina pode ser dada no braço ou na perna da criança", afirma.
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Segundo ele, mais do que distrarir a criança, a amamentação atua sobre o efeito da dor. "Existem outras medidas para amenizar a dor, como fornecer o leite materno, sem o aleitamento, e oferecer água com açúcar ou doce quando a criança tem mais de 2 anos. Antes dessa idade é aconselhado zero açúcar", diz.
O pediatra explica que existem vacinas "mais dolorosas" que são a de meningite B, febre amarela e tríplice bacteriana (tétano, difteria e coqueluche). "A criança tem menos tolerância à dor do que o adulto e o líquido, mais do que a agulha, pode, às vezes, ser um pouco dolorido", afirma.
A vacina da meningite B não é oferecida pelo SUS, apenas pela rede particular. Já a febre amarela passou a fazer parte do calendário oficial tanto da vacinação pública quanto da particular, segundo o médico.
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De acordo com o pediatra, em casos excepcionais, analgésicos podem ser ministrados uma hora antes da aplicação da vacina contra a meningite B. "Ressaltando que é só no caso dessa vacina, pois de outras pode haver interferência na eficácia do imunizante".
Pais podem influenciar o medo
Chencinski explica que, involuntariamente, pais podem influenciar no desenvolvimento do medo de agulhas nos filhos ao demonstrarem apreensão quando a criança vai ser vacinada. "A criança percebe a reação dos pais", diz.
Demonstrar o próprio medo em tomar vacina também é uma forma de criar pânico na criança. "Se o filho vê o pai desmaiar quando é vacinado, ele poderá agir da mesma maneira", explica.
Encarar a vacinação e exames de sangue com naturalidade pode contribuir para a formação de adultos sem medo de agulhas. "O exemplo faz toda a diferença. Quando for levar o filho para se vacinar contra a gripe, por exemplo, se toda a família também se vacinar e demostrar que não doi nada, o filho se sentirá mais seguro e irá encarar a vacinação como algo positivo", afirma.
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Quando o medo da criança passa a ser limitante, ou seja, se percebe um sofrimento excessivo ao ter que enfrentar a agulha, ele orienta que se consulte um psicólogo. "Se ao levar a criança para ser vacinada ela transpira muito, tem o coração acelerado e se debate, ou seja, apresenta uma reação exagerada, o medo pode ter se tornado uma fobia e precisa ser tratado", explica.
Alguns laboratórios dispõem de um dispositivo vibratório que, associados ou não a uma bolsa fria, ameniza a sensação de dor ao confundir as terminações nervosas. Segundo o pediatra, a eficácia desse produto não tem comprovação científica.
Tire suas dúvidas sobre a vacina da gripe:
Alumínio na vacina da gripe causa algum problema? Não. De acordo com o pediatra Renato Kfouri,da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), algumas vacinas possuem alumínio como um potencializador da resposta imune, melhorando os resultados da vacina....
Alumínio na vacina da gripe causa algum problema? Não. De acordo com o pediatra Renato Kfouri,da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), algumas vacinas possuem alumínio como um potencializador da resposta imune, melhorando os resultados da vacina. Porém, a quantidade colocada nos imunizantes é mínima, não causando problemas para a saúde. "As quantidades de alumínio em vacinas são menores do que as presentes em alguns alimentos", afirma o médico








