A OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou que o surto de mpox (anteriormente chamada de varíola do macaco) no Congo e em outras localidades da África representa uma emergência global. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (14) pelo diretor-geral da agência, Tedros Adhanom Ghebreyesus.A decisão da OMS ocorre um dia após o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) da África declarar emergência de saúde publica, diante de um aumento de 160% do número de novos casos em 2024.Até este mês, foram notificados 14.250 pessoas infectadas pelo vírus causador da mpox, dos quais 456 evoluíram para óbito. A República Democrática do Congo representou 96,3% dos casos e 97% das mortes.O aumento de infecções é associado a uma nova variante do vírus que se espalha rapidamente e é mais grave e letal, segundo especialistas.Já houve registros da doença em países onde ela não havia sido detectada até então: Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda.“Esta não é apenas uma questão africana. A mpox é uma ameaça global, uma ameaça que não conhece fronteiras, raça ou credo. É um vírus que explora nossas vulnerabilidades, atacando nossos pontos mais fracos”, ressaltou ontem o diretor-geral do CDC África, Jean Kaseya.A mpox é uma doença zoonótica causada pelo vírus de mesmo nome, pertencente à família do vírus da varíola humana. É transmitida principalmente por contato direto com lesões na pele, fluidos corporais, ou objetos contaminados, como roupas de cama. A transmissão também pode ocorrer por meio de gotículas respiratórias durante contato prolongado face a face.Embora inicialmente descoberta em macacos, a mpox é mais frequentemente transmitida a partir de roedores selvagens para humanos, especialmente em áreas rurais da África central e ocidental.Em 2022, pela primeira vez desde que o vírus foi identificado, houve um surto global de mpox, afetando principalmente países da Europa e Américas. O Brasil chegou a ser o segundo local com o maior número de casos.Os sintomas da mpox incluem febre, dor de cabeça, dores musculares, linfonodos inchados e uma erupção cutânea característica que evolui para lesões semelhantes a pústulas.A maioria dos casos são leves, mas complicações podem ocorrer, especialmente em pessoas imunocomprometidas. O tratamento é principalmente sintomático, focando no alívio dos sintomas e prevenção de complicações.Há uma vacina disponível, a Jynneos, que pode ser aplicada inclusive após a exposição, antes do desenvolvimento dos sintomas. A disponibilidade mundial do imunizante, porém, ainda é limitada.