Os testes da vacina chinesa contra a covid-19 devem começar nesta terça-feira (21) em seis estados brasileiros. Os imunizantes, que foram desenvolvidos pelo laboratório chinês Sinovac Biotech chegaram no aeroporto de Guarulhos (SP) na madrugada desta segunda-feira (20). O carregamento saiu chegou às 4h20 no Aeroporto Internacional de São Paulo vindo de Frankfurt, na Alemanha. As vacinas foram levadas ao Instituto Butantan, na zona oeste de São Paulo.Leia também: Conheça as duas vacinas contra a covid-19 que devem ser oferecidas no país Por meio de uma parceria com o Instituto Butantan, os testes da 3ª fase — considerada a reta final dos ensaios clínicos em humanos — serão feitos com 9.000 voluntários no Brasil. As etapas anteriores foram realizadas na China. Os centros de pesquisa que vão aplicar a vacina nos voluntários ficam em São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná. Trata-se da segunda vacina contra a covid-19 que está sendo testada no país. A primeira é a chamada "vacina de Oxford", desenvolvida pela Universidade de Oxford com a empresa AstraZeneca. Cerca de 2 mil voluntários em São Paulo e mil Rio de Janeiro receberam a dose a partir de 20 de junho. A ação é coordenada no Brasil pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Ambas as vacinas serão aplicadas em profissionais de saúde que trabalham em instalações especializadas para covid-19 e se candidataram como voluntários. Os critérios para participar do teste incluíam não ter doenças instáveis ou que precisem de medicações que alterem a resposta imune, não ter sofrido infecção provocada pelo novo coronavírus, não participar de outros estudos, não estar gestante ou planejar uma gravidez nos próximos três meses. De acordo com o Instituto, a vacina se mostrou eficiente e segura até a segunda fase de testes - são três no total. Cerca de 90% dos voluntários que participaram das duas primeiras fases de testes do imunizante desenvolveram anticorpos e nenhum deles apresentou efeitos colaterais graves. Metade dos voluntários tomará a vacina e a outra metade receberá placebo, segundo divulgado pelo Butantan e publicado no R7. Esse tipo de estudo é duplo cego, em que paciente e aplicador não sabem quem está recebendo o quê. Apenas os pesquisadores têm informações de quem recebeu o antígeno ou placebo. É um protocolo padrão usado em estudos científicos para não influenciar o resultado final. Todos serão acompanhados pelo período de 12 meses, o que vai incluir exames rotineiros para dosagem de anticorpos contra o coronavírus. Segundo o Instituto, caso os testes comprovem a eficácia do imunizante, 60 milhões de doses iniciais estarão disponíveis para o Brasil até o final deste ano e serão distribuídas gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde) até junho de 2021.