Volta às aulas: veja as doenças mais comuns entre crianças e saiba como protegê-las
Retomada do convívio social deixa crianças mais expostas a vírus e bactérias, que podem trazer complicações
Saúde|Giovanna Borielo, do R7
A volta às aulas é um período que gera ansiedade e também preocupação aos pais; afinal, a reunião de crianças em uma sala, a depender da idade, pode facilitar a transmissão de vírus, bactérias e infecções.
De acordo com a infectologista Aline Scarabelli, consultora médica do Labi Exames, as doenças mais comuns no período escolar são conjuntivite, doenças do trato respiratório (gripes, resfriados e Covid-19), infecções na garganta e gastroenterites.
A médica Maura Neves, otorrinolaringologista pela USP, acrescenta à lista faringites, amigdalites, laringites, otites, traqueítes, bronquites e pneumonias.
O pediatra Nelson Ejzenbaum, membro da Academia Americana de Pediatria, reitera, também, problemas como os piolhos, comuns nessa idade, e a preocupação com outras enfermidades menos frequentes — em um cenário de alta cobertura vacinal —, como catapora e sarampo.
Doenças como pneumonia, Covid-19, catapora (varicela), coqueluche, sarampo, caxumba, rubéola, rotavírus, meningites e gripe exigem mais atenção por parte dos pais e podem manter a criança até três semanas longe do convívio social.
É importante que pais e professores se atentem aos sinais, que podem variar de febre, dores, bolhas, feridas, tosse, cansaço, cólicas, náuseas, falta de apetite, diarreia, vômito, fraqueza, dores abdominais, manchas na pele a corisa.
É importante observar, também, se o quadro de saúde da criança apresenta alguma melhora, geralmente 48 horas após o início das medicações.
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Cuidados
Maura afirma que "na presença de sintomas respiratórios, o mais adequado é evitar enviar a criança à escola, primeiro para preservar a própria criança, que está adoentada e, segundo, para prevenir o contágio das crianças na escola".
Aline afirma ainda que "é importante lembrar que doenças como conjuntivite e resfriado não possuem vacinas disponíveis. Portanto, os pais devem ficar atentos aos sintomas, não levar a criança à escola neste período e promover atitudes que evitem que a infecção se espalhe, como uso de máscara, higiene das superfícies e o não compartilhamento de utensílios".
Para Roberta Pilla, otorrinolaringologista membro da ABORL-CCF (Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial), a adoção de alguns hábitos pode ajudar na prevenção dessas doenças e em sua transmissão, como higiene, sono e atividades físicas das crianças.
Na própria escola, é recomendado que os ambientes estejam sempre bem ventilados e que os alunos sejam incentivados a sempre usar álcool em gel e lavar as mãos.
Caso algum sintoma seja percebido, é importante que as crianças sejam encaminhadas à enfermaria e que os pais estejam cientes do quadro para buscar ajuda médica.
Maura afirma também que, em casa, algumas medidas podem ajudar, como a lavagem nasal com solução salina duas vezes ao dia, que ajuda a reduzir a quantidade de quadros de infecções nasais.
Vacinação é fundamental
Consenso entre os médicos, o maior aliado na prevenção de infecções é a vacinação infantil.
"O ideal é que as crianças, ao iniciarem a escola, tomem todas as vacinas do calendário vacinal infantil. Criança tem que estar com o calendário vacinal em dia", ressalta Ezjembaum.
Entre os principais imunizantes necessários estão as vacinas contra gripe, Covid, pneumo 13 ou pneumo 23, Haemophilus influenzae tipo B e rotavírus.
Por fim, também expostos e vulneráveis às infecções, os professores devem se atentar aos sintomas que eles possam apresentar.
É aconselhável que tais profissionais não compareçam ao trabalho doentes, a fim de evitar transmitir alguma enfermidade para as crianças e, assim como para elas, estar com as vacinas em dia, manter a limpeza do ambiente escolar e incentivar os bons hábitos de higiene, usando lenços ou a parte interna dos cotovelos para cobrir boca e nariz ao espirrar e tossir.