Saúde Zika pode aumentar chances de aborto espontâneo no 1º trimestre da gravidez, diz estudo

Zika pode aumentar chances de aborto espontâneo no 1º trimestre da gravidez, diz estudo

Pesquisadores norte-americanos realizaram experimento com ratos 

Zika pode estar relacionado a abortos espontâneos

Zika pode estar relacionado a abortos espontâneos

Thinkstock

Pesquisadores da Universidade de John Hopkins, em Baltimore, nos Estados Unidos, realizaram um estudo com ratos que revelou que infecção com zika vírus pode estar relacionada a abortos espontâneos no primeiro trimestre de gravidez.

Na pesquisa, os cientistas injetaram o vírus no sistema reprodutivo de camundongas grávidas com sistema imune perfeito. Os responsáveis pela pesquisa descobriram que o zika pode desorganizar as células da placenta responsáveis por impedir a entrada de vírus, toxinas ou bactérias no órgão que abriga os fetos.

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O tipo de zika injetado foi encontrado nos surtos na Nigéria em 1968, no Camboja em 2010, e no Brasil e Porto Rico em epidemia recentes. Sabra Klein, imunologista e coautora do estudo, afirmou que os potenciais danos do vírus são graves.

— Precisamos achar uma maneira de interromper a transmissão de zika por meio da placenta para o feto, porque é aí que o dano acontece. Nas placentas dos ratos que usamos, vemos que se monta uma defesa contra o zika, mas ela falha, especialmente no início da gravidez, tempo que corresponde ao primeiro trimestre dos humanos.

Com o tipo de vírus mais antigo, 71% das gestações ocorreram normalmente. Para a cepa mais recente, apenas 56% delas foram viáveis. Isso significa que a taxa de aborto espontâneo varia entre 29% e 44% para ratos infectados com zika. A relação entre o vírus e os abortos ainda não foi plenamente estabelecida.

Uma consideração pontuada pelo artigo é que, quando os ratos foram infectados pelo zika vírus durante o segundo trimestre da gravidez, o número de abortos foi menor. O estudo afirma que isso sugere, que, com o decorrer da gestação, a vulnerabilidade ao vírus diminui.

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Para o futuro, a ideia é estudar as consequências desse vírus a longo prazo. Uma das pretensões dos estudiosos é ver se os irmãos de bebês nascidos durante a infecção com o zika também sofrerão efeitos neurológicos.

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