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Tecnologia e Ciência

Diretora do Twitter é fotografada dormindo no escritório e diz que prazos da empresa estão apertados

Informações vazadas sugerem que pressa da empresa para criar novos produtos tem relação com dívidas da compra

Tecnologia e Ciência|Filipe Siqueira, do R7

Diretora da empresa foi flagrada dormindo na sede da empresa
Diretora da empresa foi flagrada dormindo na sede da empresa

Uma diretora do Twitter foi fotografada enquanto dormia em um dos escritórios da empresa. O flagrante, publicado na própria rede social, foi divulgado enquanto times da plataforma correm contra prazos apertados para implementar a funcionalidade de verificação paga de contas anunciada por Elon Musk, novo dono e CEO da rede social.

Esther Crawford, diretora de produto do Twitter e líder do time que desenvolve a nova função, retuitou e comentou a foto.

"Quando sua equipe está se esforçando o tempo todo para cumprir prazos, às vezes você #DormeOndeVocêTrabalha", diz o tuíte dela, em tradução livre.

Após a foto ter se espalhado e muita gente criticar a ideia de dormir no ambiente de trabalho, Esther tentou explicar um pouco mais o motivo de ela resolver descansar perto da mesa de trabalho.


"Já que algumas pessoas estão perdendo a cabeça, vou explicar: fazer coisas difíceis requer sacrifício (tempo, energia etc.). Tenho colegas de equipe ao redor do mundo que estão se esforçando para trazer algo novo à vida, por isso é importante para mim aparecer para eles", disse ainda, e citou que a rede social está em um período de "enorme transição comercial e cultural".

Pressão financeira

O site The Verge afirma que Elon Musk tem pressa para fazer o Twitter ganhar dinheiro, e essa provavelmente é a motivação dos prazos fora da realidade e do discurso da diretora da empresa.


Rumores mostram que a rede social deve ganhar um recurso de mensagens diretas e vídeos pagos, com lucros divididos entre os publicadores e a direção da empresa.

Não se sabe ao certo quanto desses produtos são fruto do início da gestão do dono da Tesla, mas uma reportagem do jornal Washington Post afirma que os prazos acelerados e a pressão por resutados são, sim, coisas inéditas dentro dos times da plataforma.


Ambos os produtos são vistos como "arriscados" por funcionários da empresa, por sinalizarem uma mudança brusca na relação da rede social com seus usuários — acostumados a um ambiente de compartilhamento livre de barreiras e com o mínimo de fricção possível. Há ainda o risco de processos por direitos autorais, uma vez que muitos dos vídeos que viralizam na rede são republicados de agências de notícias ou outras redes sociais.

A quantidade de recursos que parecem anunciados unicamente para gerar receita rapidamente vai de encontro ao discurso de Musk, que afirmou que não comprou o Twitter para ganhar mais dinheiro — embora tenha tentado se livrar do acordo de compra diversas vezes.

O New York Times sugeriu que as finanças podem ser um problema gigantesco para a empresa nos próximos anos. Só com juros, a rede social terá de gastar anualmente cerca de 1 bilhão de dólares (R$ 5,14 bilhões no câmbio atual), muito mais do que os lucros totais de 2021. Ainda que Elon Musk seja o homem mais rico do mundo, cuidar de uma empresa que pagará quantias bilionárias apenas em juros pode ser um problema grave.

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