Escolas dos EUA processam redes sociais por piora em crise de saúde mental de jovens
Instituições públicas de Seattle abriram processam contra o Facebook, Google e outras empresas, alegando que elas exploraram vulnerabilidades do cérebro de jovens
Tecnologia e Ciência|Do R7
Escolas públicas da cidade norte-americana de Seattle abriram processo contra as maiores empresas de tecnologia, afirmando que elas são responsáveis por uma piora na crise de saúde mental de estudantes e interferirem diretamente na capacidade do sistema de ensino em executar sua missão educacional.
O processo, aberto na sexta-feira (6) contra Alphabet (controladora do Google), Meta Platforms (dona do Facebook), Snap (Snapchat) e ByteDance (TikTok), afirma que as empresas projetam produtos com o propósito de prender jovens a suas plataformas, o que está criando uma crise de saúde mental.
O processo afirma que as ações das empresas têm responsabilidade substancial na crise de saúde mental que afeta jovens.
"Os réus exploraram com sucesso as vulnerabilidades dos cérebros dos jovens, fisgando dezenas de milhões de estudantes em todo o país em ciclos de feedback positivo de uso excessivo e abuso das plataformas de mídia social", afirma o processo.
Estudantes com problemas de saúde mental têm pior desempenho, forçando escolas a tomarem medidas que incluem formação de professores para identificar e abordar tais sintomas, contratar pessoal treinado e criar recursos adicionais para alertar os alunos sobre os perigos de redes sociais, segundo o processo.
A ação busca indenização por danos morais e outras penalidades.
Em 2021, os legisladores dos EUA acusaram o presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, de agir motivado por maiores lucros em detrimento da saúde mental de crianças após o testemunho da denunciante Frances Haugen. O Facebook sempre disse que discorda das informações apresentadas por Haugen, que afirma que a empresa falhou em proteger meninas adolescentes no Instagram.
"O argumento de que deliberadamente divulgamos conteúdo que torna pessoas furiosas é profundamente ilógico", escreveu Zuckerberg em sua página no Facebook em resposta. "Ganhamos dinheiro com anúncios e os anunciantes sempre nos dizem que não querem que seus anúncios sejam exibidos próximos a conteúdo nocivo. E eu não conheço nenhuma empresa de tecnologia que se propõe a criar produtos que deixam as pessoas com raiva ou depressivas."
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