Um cientista que faz parte do programa de doutorado da Universidade de Portsmouth, localizada em Londres, no Reino Unido, descobriu uma espécie de dinossauro com uma característica um tanto quanto diferente: um focinho extremamente grande. O médico aposentado Jeremy Lockwood foi quem fez a descoberta, que foi publicada nesta quarta-feira (10) no periódico Journal of Systematic Palaeontology. A nova espécie recebeu o nome de Brighstoneus simmondsi, e os seus ossos foram encontrados em 1978, na ilha de Wight, na costa sul da Inglaterra. Desde então, ficaram armazenados no Museu da Ilha dos Dinossauros. O nome dado é uma homenagem à região onde o fóssil foi descoberto, a vila de Brighstone, e também ao cientista que encontrou o dinossauro quatro décadas atrás, o colecionador Keith Simmonds. O especialista dedicou quatro anos de pesquisas para entender as características dessa espécie, até então desconhecida pelos arqueólogos. Com o passar do tempo, ele iniciou o processo de reconstrução do crânio do animal e, a partir disso, descobriu algumas particularidades em relação a outras espécies já encontradas. “Por mais de cem anos, só tínhamos visto dois tipos de dinossauro na ilha de Wight – os herbívoros Iguanodon bernissartensis e Mantellisaurus atherfieldensis. Eu estava convencido de que diferenças sutis entre os ossos revelariam uma nova espécie, então me propus a medir, fotografar e estudar a anatomia de cada osso”, destacou o médico aposentado em comunicado divulgado pela Universidade de Portsmouth. “O número de dentes foi um sinal. O Mantellisaurus tem 23 ou 24, mas este tem 28. Também tinha nariz bulboso, enquanto as outras espécies tinham nariz muito reto. Ao todo, essas e outras pequenas diferenças constituíram muito obviamente uma nova espécie.” O Brighstoneus simmondsi tinha cerca de oito metros de comprimento e pesava aproximadamente 600 quilos, revelaram os estudos. Além disso, as pesquisas revelam que a espécie habitou o planeta há 125 milhões de anos. A descoberta traz uma esperança de que sejam encontrados vestígios de outros animais que viveram na região há milhões de anos. Para Jeremy Lockwood, a humanidade pode estar perto de um período de renascimento no que se refere à descoberta de fósseis de dinossauros.*Estagiário do R7 sob supervisão de Fábio Fleury