Cientistas da Universidade Federal do Paraná publicaram em um artigo na revista científica ZooKeys o fato de terem avistado e identificado um morcego-orelhudo marrom (Histiotus alienus), após mais de um século da descrição original da espécie.Em 1916, o zoólogo britânico Oldfield Thomas capturou um exemplar, em Joinville, no Paraná, e descreveu a espécie baseado inteiramente nesse único animal, atualmente exposto no Museu de História Natural de Londres. Desde então, nenhum outro exemplar da espécie foi visto nem capturado na natureza. Durante expedições do projeto de pesquisa Promasto, em 2018, os pesquisadores capturaram um desses morcegos, no Refúgio de Vida Silvestre dos Campos de Palmas com o uso de redes de neblina, equipamentos feitos especialmente para prender esse tipo de mamífero.• Clique aqui e receba as notícias do R7 no seu WhatsApp • Compartilhe esta notícia pelo WhatsApp • Compartilhe esta notícia pelo Telegram • Assine a newsletter R7 em Ponto Segundo o blog científico Pensoft, quando o compararam com o morcego-orelhudo tropical (Histiotus velatus), comumente encontrado na região, viram que eles não se pareciam em nada. Posteriormente, os biólogos analisaram diversas outras espécies do gênero dos morcegos-orelhudos marrons e viram que não se tratava de nenhuma delas. No entanto, como os dados dos orelhudos eram escassos — muito porque sua identificação tinha sido feita havia mais de um século —, eles não tinham muitas informações para chegar mais rapidamente à conclusão. "Como a descrição de diversas espécies do gênero tem mais de cem anos e é um tanto vaga, as comparações e os dados por nós apresentados ajudarão na correta identificação dos morcegos-orelhudos marrons", afirmou o grupo de cientistas ao site. O animal é caracterizado por ter orelhas ovais e alargadas, conectadas por uma membrana muito baixa, uma coloração marrom escuro por quase todo o corpo e cerca de 100 mm a 120 mm de comprimento total. Agora os cientistas sabem que esse animal aparece em diversas áreas, como densas florestas tropicais até araucárias e matas ciliares, com altitudes que variam do nível do mar até 1.200 m, mas seu principal habitat é a intensamente desmatada mata atlântica. É por essa razão que eles estão na lista vermelha de espécies em extinção da União Internacional para a Conservação da Natureza.Morcego de duas cabeças é encontrado no Espírito Santo