O que é e como funciona a escala Richter, que mede a magnitude dos terremotos?
Unidade de medida foi criada em 1935, por um sismógrafo dos EUA; tremores acima de acima de 7 graus são os mais perigosos
Tecnologia e Ciência|Filipe Siqueira, do R7
Um terremoto de 7,8 graus na Escala Richter matou, até o momento, mais de 3.600 pessoas na Turquia e Síria, além de deixar um rastro de destruição nos dois países. Mas como funciona a escala de medição que mostra a magnitude dos terremotos?
A escala Ritchter foi criada em 1935, pelo especialista em terremotos americano Charles F. Richter. Na época, ele trabalhava no Instituto de Tecnologia da Califórnia e analisou cerca de 200 terremotos para reunir dados suficientes para construir a escala.
A escala mede a força do terremoto com base em alguns índices captados por aparelhos chamados sismógrafos, que detectam movimentos no solo. Os principais são: a duração e a amplitude horizontal do abalo. Quanto maior o grau do abalo sísmico na escala, mais intenso e potencialmente destrutivo ele é.
O crescimento dos graus da escala acompanha uma progressão logarítmica (potenciação) de base 10, o que significa que um ponto a mais significa 10 vezes mais destruição — um tremor de grau 7 é 10 vezes mais forte que um de 6 graus. Três graus à frente significa um sismo 1.000 vezes mais forte.
Geralmente, em áreas habitadas um terremoto tem os efeitos mostrados na tabela abaixo:
Até 2,9 graus — Só é detectado por sismógrafos
Entre 3 e 3,9 — É sentido por humanos, mas dificilmente causa danos
Entre 4 e 5,9 — Objetos dentro de casa podem cair, além de possíveis danos em edifícios antigos
Entre 6 e 6,9 — Pode causar devastação em uma área de cerca de 200 km distante do epicentro
Entre 7 e 8,9 — Causa danos sérios em grandes áreas e tem uma longa duração
Entre 9 e 9,9 — Provoca devastação em áreas de milhares de quilômetros do epicentro
Acima de 10 — Nunca foi registrado pela humanidade
Dados sismológicos mostram que ocorrem, anualmente, 18 terremotos entre 7 e 7,9 graus e um entre 8 e 8,9. Já os maiores que 9 são registrados a cada 20 anos.
Apesar de a escala não ter limite máximo, o terremoto mais forte já classificado pela escala Richter teve 9,5 graus, ocorrido no Chile, em 1960. Segundo registros, 5.700 pessoas morreram e 3.000 ficaram feridas.
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Uma potência maior não necessariamente implica maior mortalidade. Fatores como infraestrutura da área atingida e densidade populacional da região também contam. Em 2010, um terremoto de 7 graus abalou o Haiti e matou cerca de 300 mil pessoas, sendo considerado o mais mortal já registrado.
Existe também outro fator que amplia a destruição de um terremoto. Basicamente é a profundidade do hipocentro (local no interior da crosta terrestre onde ocorre a atividade sísmica) do terremoto e a distância dele para o epicentro (ponto na superfície onde o abalo é mais forte). Terremotos muito profundos tendem a ser menos destrutivos.
Nos últimos anos, sismógrafos passaram a adotar outras escalas, como a Escala de magnitude de momento, que corrige algumas falhas da Richter e funciona melhor com sismógrafos mais modernos.
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