Pesquisadores desenvolvem novo sensor que detecta câncer de pulmão pelo halito
Com resultados promissores em testes realizados em 13 pessoas, incluindo pacientes com a doença, o que pode abrir caminho para uma detecção não invasiva
Tecnologia e Ciência|Gabriela Pastorelli, do R7
Uma pesquisa da American Chemical Society, nos Estados Unidos, revelou que uma substância que exalamos, chamada isopreno, pode indicar a presença de câncer no pulmão.
Segundo o jornal El Tiempo, a pesquisa foi desenvolvida pelos pesquisadores Pingwei Liu e Qingyue Wang, que criaram uma série de sensores de nanofolhas baseados em óxido de índio. Para conseguir diferenciar o isopreno de outros gases exalados, o sensor precisaria ser extremamente sensível e capaz de distinguir essa substância de outras voláteis, além de resistir à umidade natural da respiração.
Com base nos requisitos, os pesquisadores desenvolveram sensores baseados em nanofolhas de óxido de índio para detectar isopreno, uma substância presente na respiração humana.
Durante os experimentos, eles identificaram que o sensor denominado Pt@InNiO x, que contém platina (Pt), índio (In) e níquel (Ni), apresentou a melhor performance, sendo capaz de detectar isopreno em níveis tão baixos quanto 2 ppb. Esses sensores foram mais sensíveis ao isopreno do que a outros compostos presentes na respiração e superaram os sensores anteriores em termos de sensibilidade e precisão.
Para testar a aplicação médica dessa tecnologia, os pesquisadores incorporaram as nanofolhas Pt@InNiO x em um dispositivo de detecção vestível, que foi capaz de identificar isopreno em amostras de hálito de 13 pessoas, cinco das quais com câncer de pulmão.
O dispositivo detectou níveis de isopreno abaixo de 40 ppb em participantes com câncer e acima de 60 ppb em pessoas sem a doença. Essa tecnologia promete ser um avanço na detecção não invasiva do câncer de pulmão, com potencial para melhorar os diagnósticos e salvar vidas.