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Tecnologia e Ciência

Quando os pais podem dar celulares e tablets para os filhos?

A tecnologia pode ter impactos negativos na formação das crianças se o uso não for monitorado de maneira adequado pelos responsáveis

Tecnologia e Ciência|Pablo Marques, do R7

Crianças até dois anos de idade não devem usar celular, segundo OMS
Crianças até dois anos de idade não devem usar celular, segundo OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou, no começo de 2019, um manual com orientação para a inclusão de dispositivos tecnológicos na vida das crianças. De acordo com o documento, as crianças menores de 2 anos não deveriam ter nenhum contato com smartphones, tablets e outras telas de eletrônicos.

Os equipamentos eletrônicos poderiam ser incluídos na vida dos pequenos somente a partir dos 3 anos, sendo que o tempo máximo de uso deve ser de 1 hora diária até completar 5 anos de vida.

Essa restrição de tempo seria necessária para garantir as horas de lazer e de sono consideradas saudáveis para as crianças pela OMS.

"Os pais precisam acompanhar de perto a relação dos filhos com a tecnologia para estabelecer regras e limites de uso. Porém, não é aconselhável o uso muito cedo de celular, tablets e videogames", diz a psicopedagoga Regina Lima.


O Royal College of Pediatrics and Child Health, do Reino Unido, publicou um estudo que aponta que o uso excessivo de telas por jovens impacta negativamente na qualidade do sono, pode aumentar os riscos de obesidade e afetar as relações sociais.

A psicopedagoga avalia que a tecnologia não deve ser tratada, necessariamente, como uma vilã. "A internet, por exemplo, pode ser agregadora na formação de uma criança se for usada de maneira adequada. Também é possível estimular outras atividades de cunho educativo e lúdico na tela de um celular."


Para Regina, é aconselhável acompanhar o acesso dos filhos até os 15 anos, dependendo da maturidade e da relação. Inclusive, considera seguro os pais terem as senhas de acessos dos perfis nas redes sociais.

Segurança na internet


Os brasileiros sabem que estão correndo riscos quando estão conectados à internet. Segundo pesquisa realizada pela Savanta, empresa de pesquisa de mercado, a pedido da Kaspersky, de segurança digital, 93% dos internautas no Brasil estão preocupados com a segurança das crianças na rede.

Apesar disso, os adultos conversam pouco sobre segurança no ambiente digital com as crianças. Entre os entrevistados pela pesquisa, 62,6% disseram falar sobre o assunto com as crianças por menos de 30 minutos durante toda a infância dos filhos. A média global é de 46 minutos.

"Os pais precisam monitorar tanto o mundo real quanto o ambiente virtual. Quem não domina muito a tecnologia tem de buscar maneiras para aprender a usar ou tem que pelo menos sentar junto aos filhos quando eles estiverem conectados", diz Regina.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) publicou um manual com orientação para pais e escolas sobre o uso da tecnologia pelas crianças. A recomendação é que escolas e famílias atuem em conjunto com as equipes de saúde para monitorar rigorosamente o tempo de exposição à tela em casa e na escola.

Outro conselho é programar os dispositivos para acessar apenas conteúdos de alta qualidade com eficácia de aprendizagem. A SBP também orienta os familiares sobre a relevância de regras domésticas claramente estabelecidas e cumpridas e os limites para as crianças.

A psicopedagoga defende que os pais não precisam espionar os filhos. "A criança deve saber que existem regras e restrições de uso da internet. Com o amadurecimento do filho ou da filha, e construção de uma relação de confiança, é possível diminuir a rigidez sem precisar de punições".

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