Uma espaçonave lançada em 2016, que orbita Marte e estuda sua atmosfera, enviou um sinal à Terra para ajudar a humanidade a se preparar para receber possíveis mensagens de extraterrestres no futuro. O evento foi organizado pela SETI, uma organização filantrópica que busca inteligência alienígena e explora a origem da vida no universo. As ondas foram emitidas pelo ExoMars Trace Gas Orbiter, no dia 24 de maio, e levaram cerca de 16 minutos para ser captadas por três observatórios — o Allen Telescope Array, na Califórnia; o Green Bank Telescope, em West Virginia (EUA); e a Medicina Radio Astronomical Station, perto de Bolonha, na Itália. Os dados recebidos foram divulgados na internet por meio da Filecoin, para dar a qualquer pessoa a chance de decodificá-los, mas a operação continua em adamento. Até um servidor na Discord, uma plataforma de comunicação por voz e texto usada principalmente por gamers, foi criado para que haja uma discussão pública sobre o assunto. Daniela de Paulis, criadora da mensagem, disse em entrevista à CNN que as pessoas estão realmente se esforçando para decodificar o sinal recebido e que ela não dará nenhuma dica sobre o conteúdo. "Vai levar algum tempo, porque exige que pessoas com diferentes expertises colaborem entre si, o que era realmente o objetivo do projeto: uma mensagem extraterrestre seria de toda a humanidade, então todos nós deveríamos ter a capacidade de contribuir para sua interpretação", completou Daniela. O evento também serviu como uma prévia de todas as etapas que precisam ser feitas na identificação e no processamento de um sinal de origem extraterrestre. Wael Farah, radioastrônomo e analista de dados do instituto SETI, afirmou que uma mensagem desse tipo demoraria meses para ser processada, porque espaçonaves humanas enviam sinais da mesma forma, então seria necessário confirmar se ela não teria sido enviada por astronautas. A mensagem continha apenas 1.679 bits de dados e incluía informações sobre números básicos, compostos químicos e DNA humano, além de dados sobre o próprio telescópio de Arecibo.*Sob supervisão de Filipe SiqueiraColisão de estrelas pode ser a chave para contato alienígena