Estamos no século 21, uma era em que as empresas não buscam apenas fabricar e vender os melhores e mais rentáveis produtos, mas consolidar as próprias marcas, como casas da série Game of Thrones. O que vale é a experiência do ecossistema, dispositivos que funcionam em conjunto, dialogam entre si, que executam bem os aplicativos e serviços na nuvem da empresa. Tais produtos são também muito parecidos. Há um brutalismo industrial que impera entre os principais dispositivos tecnológicos do momento e os torna excessivamente parecidos, de forma que geralmente são detalhes que diferenciam um celular topo de linha da Samsung de outro da Apple — em essência, retângulos escuros com câmeras na traseira. Algo parecido ocorre com os acessórios. Uma corporação populariza um novo produto — a Apple, com frequência —, e algo como um darwinismo empresarial cuida do resto. Por isso, é bem interessante avaliar e testar uma linha de dispositivos que claramente se preocupa com visual, marca e experiência. É possível identificar certas estranhezas, erros e acertos que não aparecem em um único aparelho. Mas, acima disso, enxergar como a tal experiência se manifesta com o uso diário dos produtos de uma única empresa — no caso, a House of Marley. A fabricante acabou de chegar ao Brasil com o lançamento de sete aparelhos de áudio no país, e testei quatro deles. A House of Marley foi fundada em 2008, criada em colaboração com a família do cantor Bob Marley, falecido em 1981 — o cofundador é Rohan Marley, filho do artista. O grande diferencial da marca é ter uma forte preocupação ambiental e lançar produtos com material orgânico e reciclado. Tal consideração com a questão ecológica, entretanto, não implicam produtos de segunda linha, como você lerá a seguir. [Uma versão resumida desta análise pode ser lida na galeria de fotos ao final do texto] Em primeiro lugar, o mais caro deles: o fone Rebel. Trata-se de um TWE (True Wireless Earbuds, fones totalmente sem fio com som estéreo) compatível com Bluetooth 5.0 que conta com controles de reprodução e, assim como todos os produtos da marca, material sustentável. Uma coisa já podemos deixar claro logo de cara: esses são fones bem bonitos, o que é uma boa adição à sustentabilidade anunciada dos lançamentos da empresa. O plástico reciclado é fosco e combina bem com os detalhes de bambu. Os materiais parecem ter certa textura e podem realmente se destacar entre os montes de fones com aparência barata vendidos por aí. Para um produto que pretende ficar acoplado aos ouvidos por longas horas, beleza é um detalhe importante, ainda que invisível para quem o usa. A embalagem traz ainda um cabo USB-C e dois conjuntos extras de eartips (as borrachas na ponta dos fones), para ajustes em orelhas de diferentes tamanhos. O Rebel possui certificação IPX5, o que garante proteção contra respingos d'água, chuviscos e suor, mas não contra queda em piscina. O padrão não se estende ao estojo, então nunca é demais dar uma secada nos fones antes de guardá-los, para evitar problemas com carregamento no futuro. Cheguei até a fazer um teste involuntário de resistência do dispositivo. Durante um uso, um deles caiu nos trilhos do metrô de São Paulo e, por uma série de motivos, só consegui recuperá-lo no dia seguinte. Mesmo em um dia de chuva, o dispositivo resistiu à insalubridade do ambiente e continua a funcionar sem problemas. As baterias fornecem oito horas de autonomia na reprodução de áudio, além de três cargas extras no estojo do dispositivo, igualmente bonito — preto, com detalhes de bambu e pequenos LEDs que mostram o nível da bateria do aparelho. Em uso real, esse número varia de acordo com o volume da reprodução, o tipo de uso (uma chamada naturalmente drena mais bateria) e o acionamento do cancelamento de ruído (já falarei dele). O carregamento com USB-C funciona tão rápido quanto necessário e, se contarmos a carga extra do estojo, é possível dizer que bateria não será um problema na rotina de uso. O estojo também carrega em qualquer carregador sem fio com tecnologia Qi. Além disso, o Rebel possui uma série de comandos de toque, que permitem adiantar músicas, aumentar o volume e acionar o citado cancelamento de ruído. O comando de play/pause é uma ausência importante aqui, ainda que seja possível interromper a reprodução simplesmente tirando um dos fones da orelha. É uma solução aceitável, mas ainda insuficiente, principalmente se levarmos em conta que esse é um dispositivo caro e tem como objetivo ser usado por longas horas. De forma geral, os controles de toque funcionam como deveriam, mas exigirão alguns dias para ser dominados completamente. Não serão raras as vezes em que você tentará abaixar o volume e acabará por pular uma música. O som do Rebel é intenso e marcado. É um tipo de assinatura da marca, que desenvolveu quase todos os dispositivos para terem graves destacados e batidas acentuadas. É algo que vou repetir em quase todas as avaliações aqui. Esse detalhe torna o Rebel um ótimo fone para ouvir música, inclusive em ambientes barulhentos, já que o cancelamento de ruído (ativado com três toques no fone) funciona satisfatoriamente. Hip-hop e músicas dançantes se tornarão ainda mais detalhadas e agressivas nesse fone. Felizmente, o Rebel consegue encorpar essas faixas sonoras sem fazer desaparecer os médios e graves. Mesmo no modo de cancelamento de ruído, que coloca as músicas no limite, a sonoridade não fica distorcida. Apenas em ambientes totalmente silenciosos e com ouvidos bastante detalhistas é possível apontar pequenos incômodos em trechos específicos de músicas que abusam de médios e agudos. Mas é esperado que nessas situações ninguém precise acionar a função. O dispositivo conta também com um fone integrado, para fazer ligações com áudio de boa qualidade. A limitação maior, que atinge outros dispositivos, é mais a forma como o Bluetooth funciona do que falta de qualidade técnica do aparelho. Em ligações rotineiras, distorções muito raramente serão percebidas. O grande adversário do Rebel é o mercado já colonizado dos fones de ouvido sem fio. Pela mesma faixa de preço é possível encontrar opções mais robustas de empresas concorrentes. O Rebel não faz feio em nenhum quesito (assim como toda a linha testada, já adianto), mas ainda parece estar no segundo escalão de um nicho canibal e cheio de predadores vorazes. O Rebel parece destinado a um público alternativo, que se importa com a mensagem de sustentabilidade e ainda não é consumidor cativo de alguma marca. Ou talvez alguém que pretenda, por algum motivo, fugir de corporações gigantes e optar por uma fabricante independente. Ou queira um fone que pareça visualmente diferentão. O Rebel funciona muito bem e tem um som de ótima qualidade, mas não se destaca em nenhum quesito além da estética e da mensagem ecológica (necessária, mas que talvez ainda não seja fundamental para a maioria dos consumidores). O sucesso de fones TWE, como o Rebel, representa um novo passo de como a tecnologia se integra ao humano. Enquanto bilionários como Mark Zuckerberg tentam nos convencer de que algo chamado Metaverso em breve será tão revolucionário quanto os primeiros dias da internet, a nova etapa da revolução já ocorreu: dispositivos sem fio que transmitem e captam áudio. Enquanto telas prendem a atenção dos nossos olhos e nosso tato, os novos fones wireless nos isolam em mundos próprios, onde músicas, podcasts e comerciais são constantes. Se você se pergunta por que a Apple e a Samsung lutaram tão avidamente para matar o perfeitamente funcional padrão P2 de entradas de áudio, a resposta é bem simples: a ideia era fazer os fones desaparecerem. Não apenas torná-los itens confortáveis (eles já eram, mesmo com fios), mas transformar o ato de colocar um fone assim que acorda algo estritamente corriqueiro, perfeitamente memorizado pelos músculos de milhões de consumidores. Obviamente, há consequências: as nossas etiquetas para chamar a atenção de alguém em locais públicos foram transformadas — nesse caso, o áudio virtual e intermediado por inteligências artificiais e empresas se torna prioritário ante a fala humana —, e fones passam a ter prazo de validade, regulados pela qualidade de uma bateria. O sucesso do AirPods, com um cancelamento de ruído realmente funcional, representa o fim da invasão de ruídos externos e a consolidação de modo de vida do Antropoceno, quando humanos não temem mais ameaças à sobrevivência e se dão ao luxo de ficar totalmente alheios ao ambiente, mesmo fora de casa. Temos aqui um belo concorrente de outro mercado bastante movimentado. A Chant Mini é uma caixa de som Bluetooth que funciona com padrão 4.1, que não faz feio e incorpora as mesmas características de produtos da marca ressaltados insistentemente neste texto. A Chant Mini é pequena, mas ainda chama bastante atenção. O primeiro fator a destacar é estético: o dispositivo é de alumínio reciclado, revestido de tecido reciclado com o método Rewind (um processo químico que separa tecidos híbridos em algodão e poliéster novamente) e possui acabamento de bambu. A versão que veio para o Brasil é de tons escuros e com bambu creme, mas a marca possui opções de cor com marrom, tons de verde e laranja, e é possível que elas cheguem ao país em algum momento. À primeira vista, parece mais uma peça rústica de arte contemporânea que uma caixa de som. Os botões são grandes e simples de usar — dois para volume, um para ligar e desligar e outro para acionar o sinal Bluetooth. Um botão de play/pause e outro para ao menos pular a faixa tornariam o conjunto mais completo. Portanto, não deixe o celular longe da caixa se pretende ouvir música por muito tempo, principalmente levando em conta que a bateria dura decentes seis horas de reprodução de áudio. Uma tampa de borracha revela a entrada para cabos micro USB e uma P2 (ou Aux), o padrão de áudio manual lutando contra a extinção diante da recente supremacia do Bluetooth. Como esperado, um som avisa quando a caixa foi ligada, e outro, quando o emparelhamento foi feito. Um LED azul se mantém aceso enquanto o aparelho está conectado. A caixa possui proteção IPX4, o que garante segurança contra pingos d'água. Essa proteção parcial parece ter deixado o som mais liberto que caixas totalmente à prova d'água. Ligada, a Chant Mini também faz bonito. O som é alto, limpo e com graves acentuados que funcionam perfeitamente com os mesmos estilos musicais que a Rebel apresenta. É um aparelho para sons acentuados, mas que também se saiu bem em meus longos testes com músicas clássicas — em alguns momentos mais exigentes, o som pareceu levemente distorcido, mas ruídos do tipo foram a exceção e não a regra. Se você é do tipo que gosta de viva-voz, o microfone embutido serve para fazer ligações. É um recurso razoavelmente útil para não interromper totalmente aquela playlist matadora, e se mostrou satisfatório saber que funciona direito. Como é um modelo de entrada, com 3W de potência, é importante se ater a certos detalhes. Para obter o melhor do som, o posicionamento da caixa e o tamanho do ambiente devem ser levados em conta. É ótima para ambientes fechados, mas sofre um pouco em lugares mais abertos. Se houver mais de três pessoas conversando por perto, o som tende a começar a sumir. A caixa vem com um mosquetão para pendurá-la por aí, mas o som é bem melhor se ela tiver apoiada em um móvel plano. Tudo perfeitamente dentro do esperado. Devo acrescentar que sou uma pessoa noturna e a maioria dos testes em que a potência e detalhamento do som da Chant Mini atingiram melhor intensidade ocorreu em situações ideais: de madrugada, com São Paulo um tanto silenciosa e dentro de um quarto. Em condições diurnas, competindo com carros barulhentos e até conversas com amigos, o som impressionou menos, mas ainda assim no mesmo nível ou acima de concorrentes diretos da faixa de preço. Todos esses detalhes tornam a Chant Mini uma opção interessante e diferenciada. Esta, definitivamente, é a estrela do show. O que me parece estranho, uma vez que o nicho deste fone é ainda mais saturado do que todos os outros. Fones wireless já são quase obrigatórios e parece espantoso que um produto novo no mercado (ao menos no mercado brasileiro) consiga fazer realmente bonito. Inicialmente, pensei que o design seria opressivo para a cabeça. Num primeiro ajuste, ele dá a impressão de ser apertado e as borrachas não parecem ter o tamanho ideal para deixar as orelhas confortáveis. Mas é uma questão de costume. O Positive Vibration 2 (PV2, daqui pra frente) se ajusta bem ao corpo, embora seja ligeiramente dolorido nas primeiras horas de uso. Mas tudo vai embora depois, e o que sobressai é o som: limpo, poderoso e cheio de detalhes. O dispositivo não possui cancelamento de ruído (uma decisão econômica, sem dúvida), mas não precisa tanto. Quer se isolar da poluição sonora das grandes cidades? Coloque no volume máximo e se surpreenda. Não sou do tipo audiófilo, mas gosto de ouvir música alta — às vezes em níveis perigosamente altos. O PV2 me satisfez demais em longas sessões de trabalho ouvindo música no volume máximo, sem distorção e sem a dor de cabeça que o som de música eletrônica distorcida proporciona. As orelhas ficaram ligeiramente quentes por causa da proximidade da espuma nos primeiros usos, mas com dois dias de uso contínuo ele parece mais uma parte do meu corpo. (Devo acrescentar que alguns testadores internacionais reclamaram de que ele não é confortável se usado junto com óculos. Infelizmente não consegui testá-los nessas condições, mas fica aqui o aviso.) Esse facilmente poderia ser meu fone para trabalhar, e ainda traz um detalhe que me agrada muito: um cabo P2, que se conecta na entrada de 3,5 mm, para ouvir música com fio. Não me entenda mal, o padrão Bluetooth levou o áudio para um nível ligeiramente superior, mas baterias de lítio ainda são calcanhares de Aquiles da tecnologia móvel e, se muito bem cuidadas, funcionam como deveriam cerca de três ou quatro anos. Depois disso, a opção que o mercado dá é você colocar a mão no bolso novamente e escolher o modelo do momento. Esse tipo de cinismo pode ser absolutamente natural na era do capitalismo tardio, mas comprar um produto já com prazo de validade pode ser um tanto assustador para um jornalista que usou fones Philips baratos (mas com graves poderosos), desses vendidos em bancas de jornal (modelo SHE1360, se você é do tipo detalhista), por mais de sete anos. Então, ver que o PV2 possui entrada para fios reforça a mensagem ecológica do produto, que não se tornará um irritante peso de papel em alguns anos — o que é irônico, pois o mesmo não pode ser dito de seus irmãos menores e mais caros. O PV2 tem o que se convencionou chamar de som encorpado. Não é apenas um grave ou agudo ampliado, mas uma sensação de espaço e preenchimento. É como se ele transportasse você para um mundo totalmente novo, onde apenas a música importa. Quanto mais alto, mais as batidas se destacam. Mesmo o pop genérico ganha uma vida extra saindo desses fones. O poder do PV2 me faz pensar que fones grandes, com formato clássico, ainda são o ideal para obter o melhor do áudio, mesmo com o desenvolvimento dos TWE. E, como os irmãos da linha, ele é igualmente bonito e elegante. O plástico é fosco, o que o faz perder aspecto de produto de segunda linha. As dobradiças de ferro permitem que o dispositivo seja dobrado e transmite segurança o bastante para você levá-lo em uma mochila, sem medo de acidentes. E possui detalhes de tecido e madeira, o que dá um aspecto de irmão mais velho dos fones. Parece a estética perfeita em uma era dominada por plástico brilhante e acumulador de gordura de um lado, e fones gamers cheios de cores e luzes. Além disso, chuto que é um produto bastante durável, o que torna o mais indicado dos fones da linha testada. A bateria, que dura cerca de 12 horas, não faz feio, e o mesmo pode ser dito do microfone, que permite fazer ligações e acionar comandos de voz. Não são o maior destaque do produto, mas funcionam perfeitamente bem. Então, é um fone indicado se sua ideia de uso for ouvir música — o mais alto e vibrante possível. É assim que o PV2 vai brilhar e acompanhar você. Como citei no início do texto, é interessante testar vários produtos de uma mesma linha para ter a ideia da consistência dela, o que pode ser fundamental em um mercado já saturado de produtos quase iguais. Há uma lógica interna que funciona bem aqui. Assim como a Chanti Mini, o Smile Jamaica Wireless 2 (SJW, para facilitar) se destaca de cara pelo visual arrojado e a construção robusta, que afasta qualquer possibilidade de o aparelho ser confundido com algum acessório barato e descartável. Há uma certa personalidade envolvida na construção dele. Os fios são reforçados com trançados e não se enrolam, parte dos fones é de madeira reciclada e o controle junto ao fio que liga os drives é tátil, o que evita erros e facilita o manuseio. O controle é também um pouco mais pesado do que eu gostaria (7 gramas, metade do peso total do SJW), mas não chega a atrapalhar durante caminhadas ou ligações. Abrir a borracha na traseira do controlador traz um certo alívio ao revelar uma entrada USB-C, que permite carregamento rápido — 15 minutos de carga garantem cerca de duas horas de reprodução. Uma carga completa, que leva cerca de duas horas e meia, garante oito horas de reprodução de música com 50% do volume, um número baixo e que exige uma rotina atenta à quantidade bateria do aparelho. Preciso ressaltar que a bateria se mostrou o grande defeito do produto. É um fone de boa qualidade, que entrega áudio de primeira de acordo com a faixa de preço dele. Mas no máximo oito horas de uso numa carga completa é um número decepcionante: ele vai funcionar bem o dia inteiro, mas exigirá cargas diárias se o seu uso for mais intenso, principalmente com volumes altos. Talvez isso não seja um problema para você, caso pretenda usar um fone do tipo para caminhadas ou corridas e conte com outro dispositivo para usos mais longos. Se esse for seu caso, o SJW será para você um produto melhor do que seria para mim, que prefiro fones para usos contínuos. O som é de qualidade, mas se diferencia um pouco do padrão da linha: feito para impressionar os amantes de música, mas conta com certo destaque de médios e agudos, ao contrário dos outros dispositivos, claramente mais focados em graves. Os graves ainda estão lá, porém mais integrados à música. Em condições ideais (parado e em ambientes pouco barulhentos) é possível ouvir um som rico. Com o destaque pros agudos, alguns ouvintes podem ficar com a impressão de que algo está faltando. Não é um defeito do aparelho e tem muito mais a ver com padrões de baixo e graves das músicas contemporâneas, além do foco nesse tipo de faixa de som dos modernos dispositivos de áudio. Mesmo com esse leve destaque aos médios e agudos, as músicas nunca ficam estridentes ou irritantes e os graves nunca desaparecem. Com alguma paciência, é possível fazer ajustes sonoros personalizados no celular (foi o que fiz) e garantir uma experiência sonora ainda melhor. Como são fones econômicos, não espere cancelamento de ruído funcional, o que pode ser ruim para quem pretende andar por aí em alguma metrópole ouvindo música de qualidade. Mas o SJW possui algo como um isolamento de ruído, o que mantém a qualidade do som mesmo em ambientes com poluição sonora.Veja abaixo, uma versão resumida da avaliação de cada produto