Vazamentos do iCloud podem atrapalhar Apple Pay

O escândalo do vazamento de fotos de centenas de celebridades de Hollywood por meio do iCloud e do Find My Phone tem feito com que muitos vissem com desconfiança o Apple Pay, a plataforma de pagamentos apresentada pela Apple nesta terça-feira (9).

De acordo com a diretora de pesquisas da Gartner, Sandy Chen, tecnicamente o Apple Pay não usa a mesma infraestrutura do iCloud. Entretanto, o acontecimento pode fazer com que os usuários mais conservadores pensem duas vezes.

— O iCloud não está relacionado ao Apple Pay do ponto de vista técnico. Mas a Apple vai ter que investir em educação do usuário e em marketing.

Dicas para manter suas fotos seguras no iCloud

Apple admite que hackers quebraram sistema de segurança

Em entrevista à rede de televisão americana ABC, o próprio Tim Cook, CEO da Apple, assegurou que o sistema é seguro. Ele evitou falar sobre o escândalo de segurança, mas foi enfático:

— Não estaríamos fazendo se não sentíssemos que é seguro. Não faríamos isso.

Entenda os mecanismos de segurança do Apple Pay

O vazamento de fotos de celebridades como Jennifer Lawrence e Kirsten Durst, por outro lado, pode ter ligação com uma falha no serviço de armazenamento na nuvem da Apple, o iCloud. Um código de programa hacker pode ter se aproveitado de uma falha no Find My Phone, que permite tentar múltiplas senhas até que uma seja a correta sem que o usuário seja notificado.

O Apple Pay não estaria baseado nos mesmos moldes de segurança do iCloud ou do Find My Phone. Segundo explica a Apple, ao adicionar um cartão, ele é criptografado e armazenado em um chip no iPhone e no Apple Watch. O chip, chamado de Secure Element, serve para que o número nunca fique armazenado nos servidores da Apple.

Ao fazer uma compra, um código de segurança dinâmico e específico para a transação é usado para processar o pagamento. Assim, o número do cartão de crédito ou de débito nunca será compartilhado com ninguém, nem com os lojistas.

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Além disso, o mecanismo de segurança não fica todo nas mãos da Apple. Segundo a diretora de pesquisas do instituto Gartner, Sandy Chen, o Apple Pay é marcado por três aspectos que afetam a segurança: o TouchID, o elemento de segurança do dispositivo e a Tokenização.

O elemento de segurança do dispositivo é controlado pela Apple e, possivelmente, por algum outro serviço de gerenciamento confiável.

— Não está claro quem fornece esse serviço, mas ele também pode ser realizado pela própria Apple.

O que é tokenização

A Tokenização é um serviço de segurança fornecido pelas empresas de cartão de crédito que substitui a informação sensível de contas de pagamentos encontradas nos cartões de plástico por um número de conta digital ou “token”.

Segundo Chen, ela mascara os detalhes do cartão de pagamento, como número, nome e data de validade. Assim, o comerciante não pode vê-lo e o token será inútil mesmo que o smartphone seja hackeado ou roubado.

— Além disso, existem chaves que são de uso limitado e podem especificar condições, montante, localização e o comerciante. Se eles forem roubados, também são de valor limitado.

A Visa explica que vai disponibilizar o serviço de tokenização em fases, apoiando, inicialmente, as instituições financeiras participantes do Apple Pay, como os bancos American Express, Bank of America e Citi.

A empresa também anunciou que duas de suas plataformas de pagamento, a CyberSource e a Authorize.Net, vão oferecer aos comércios online soluções de gerenciamento de pagamentos para incentivar o uso do Apple Pay nos dispositivos lançados. Procurada pela reportagem, a Visa preferiu não definir como as plataformas vão se integrar ao Apple Pay.

Especialistas do R7 analisam os principais lançamentos da Apple:

* Amanda Martins, estagiária do R7