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Voo suborbital: entenda como é a experiência do turismo espacial

Pessoas comuns podem viajar somente até o limite da atmosfera e flutuar dentro da espaçonave por poucos minutos

Tecnologia e Ciência|Sofia Pilagallo*, do R7

Bilionário Richard Branson fez um voo orbital abordo de uma nave da Virgin Galactic
Bilionário Richard Branson fez um voo orbital abordo de uma nave da Virgin Galactic Bilionário Richard Branson fez um voo orbital abordo de uma nave da Virgin Galactic

O bilionário Richard Branson, fundador da Virgin Galactic, entrou para a história no domingo (11) ao participar, junto com outras cinco pessoas, da primeira viagem espacial turística tripulada. Ele decolou às 11h30 (horário de Brasília) a bordo do avião espacial VSS Unity para um voo suborbital. A experiência terminou uma hora e 14 minutos depois, mas o tempo flutuando dentro da espaçonave como um astronauta foi de apenas quatro minutos.

"Um voo suborbital é aquele que não atinge altitude o suficiente para chegar perto da órbita terrestre — situada a quase 36 mil quilômetros da superfície do nosso planeta — ou para além dela", afirma o professor Cássio Barbosa, astrofísico do Centro Universitário FEI. "Geralmente, um voo desse tipo percorre um trajeto de no mínimo 30 quilômetros e de, no máximo, 120 quilômetros."

Diferentemente de missões espaciais, em que a tripulação embarca em um módulo de pouso acoplado a um foguete, o voo da Virgin Galactic contou com um avião que levou a espaçonave a uma altitude de 15 quilômetros antes de se desprender e partir em velocidade supersônica em direção ao limite da atmosfera.

Segundo Barbosa, os voos suborbitais são a aposta das empresas que oferecem turismo espacial por serem mais curtos, seguros e baratos. Além de Richard Branson, o fundador da Amazon, Jeff Bezos, também deve realizar um voo suborbital ainda este mês, no próximo dia 20. Elon Musk é outro que planeja levar pessoas comuns ao espaço em breve.

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Um voo orbital, que atinge alturas de pelo menos 30 mil quilômetros, demandaria um foguete mais robusto, com capacidade para transportar cargas muito maiores, além de uma rede de apoio para monitorar eventuais contratempos durante a viagem.

"Pelo fato de os voos orbitais serem mais longos, também não é possível fazer uma viagem deste tipo em um único dia, exceto em casos de extrema necessidade", diz. "Seria preciso, portanto, que a tripulação se preparasse para ficar pelo menos alguns dias, da mesma forma que os astronautas quando viajam às estações espaciais."

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Encurtando distâncias

O professor da FEI acredita que as viagens de turismo espacial de longa duração, com destino à órbita da Terra, ainda devem demorar para acontecer. Para ele, a próxima meta das companhias será explorar a possibilidade de realizar voos suborbitais comerciais, encurtando a distância entre os países e tornando viagens internacionais mais ágeis.

Barbosa estima que, a partir de voos suborbitais, o tempo de viagem entre São Paulo e Nova York, nos Estados Unidos, por exemplo, que atualmente leva em média nove horas e 30 minutos, poderia ser reduzido para três ou quatro horas. Já um viajante que decola de São Paulo rumo a Hong Kong, na China, distância hoje percorrida em aproximadamente 22 horas e meia, poderia chegar a seu destino em apenas cinco ou seis horas.

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"Acho que, em um primeiro momento, as empresas vão explorar todo o potencial das viagens suborbitais turísticas para depois começar a explorar as finalidades comerciais desse tipo de voo", afirma. "Somente em um período de médio prazo é que elas devem começar a pensar em viagens de turismo espacial mais ambiciosas, com destino à órbita da Terra ou ainda mais longe."

Estagiária do R7 sob supervisão de Pablo Marques

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