Chacina no Cabula: Janot pede que Supremo Tribunal de Justiça investigue o caso
O procurador classificou como "curiosa" a absolvição dos policias militares
Bahia|Do R7 com Record Bahia
O procurador Geral da República, Rodrigo Janot, pediu, na tarde desta segunda-feira (27), ao presidente do STJ (Supremo Tribunal de Justiça) uma investigação mais apurada sobre a chacina do Cabula, em Salvador, e questionou diversos pontos sobre o caso.
O procurador classificou como "curiosa" a absolvição dos policias militares envolvidos na morte de 12 jovens, no início de 2015, ela tropa da Rondesp (Rondas Especiais da Polícia Militar da Bahia). Para ele, é necessária uma investigação maior da Justiça Federal.
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Segundo Janot, ao absolver sumariamente os policias militares envolvidos sem permitir que o "andamento normal do processo ocorresse", a Justiça estadual não levou em conta informações importantes que poderiam levar a um resultado diferente.
O procurador chamou atenção para alguns pontos, como o fato de que foram disparados 143 tiros, sendo 88 deles certeiros - o que resulta numa média de quase 10 tiros certeiros por acusado. Janot aponta, também, o fato de que apenas um dos policias, o Sargento Dique Rocha de Jesus, tenha sido atingido de raspão na cabeça.
Os laudos também mostram que as vítimas tiveram ferimentos causados de trás para frente, ou seja, elas estavam de costas quando foram baleadas. Outras tiverem ferimentos nas duas mãos, o que pode configurar que estavam em posição de defesa, já rendidos.
Janot também apontou falhas nas sentenças e questionou a rapidez com que os denunciados foram absolvidos. Para o procurador, houve uma violação grave dos direitos humanos na ação do policiais.
O pedido de investigação foi feito após a ONG Justiça Global denunciar à Comissão Interamericana dos Direitos Humanos que integrantes da campanha "Reaja ou será Morto, Reaja ou será Morta" receberam ameaças de morte por conta da atuação contra a violência policial na Bahia.