Enteada volta atrás e nega estupro após sete anos, mas padrasto continua preso em Salvador
Anos depois, jovem mudou o depoimento e confessou que mentiu a pedido do pai
Bahia|Do R7 com Record Bahia
Um mecânico foi acusado de violentar a enteada que, na época, tinha 11 anos. Depois de sete anos, a jovem mudou o depoimento e confessou que mentiu a pedido do pai. Mesmo assim, o mecânico permanece detido.
Para o MP (Ministério Público), houve erro no julgamento do processo. Enquanto isso, o homem está preso.
Indignados com a decisão, um grupo de manifestantes se concentrou em frente do Tribunal de Justiça da Bahia, para pedir a liberdade de Edmilson Gonçalves dos Santos, de 47 anos.
O drama do mecânico teve início em 2009, quando a menina prestou uma queixa contra o próprio padrasto por estupro. O tempo passou e ele acabou sendo condenado pelo crime.
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Anos depois, a suposta vítima prestou novo depoimento, confessando que a história havia sido inventada. Uma armação do pai dela, que tinha ciúmes do novo relacionamento da mãe da jovem, mas Edmilson foi condenado e cumpre pena com mais 1.470 detentos na Penitenciária Lemos Brito.
A mãe da jovem, Dilma Santana, reconheceu o erro da filha e afirmou que sempre acreditou na inocência do mecânico.
— Ele sempre cuidou dela como filha, sempre cuidou dela, da irmã dela. Não é justo a Justiça punir uma pessoa que não fez nada de errado. Foi armação, sim, porque ele me batia muito. Toda vez que eu dizia que ia separar, ele dizia que ia me matar.
Segundo Dilma, o ex-marido prometeu que iria prejudicá-la.
— Foi a forma que ele achou de me prejudicar, que ele sabia o amor que eu tinha por Lanaria e a proteção que eu dava a ela. Foi tirando ela de mim, para me prejudicar.
O mecânico tenta descrever a sensação de pagar por algo que não fez.
— Eu tinha a minha vida organizada, tinha a minha vida estabelecida e, dai então, eu passei a perecer, porque você dentro de um local desse, você passa a perecer. Você tem convicção que nada você fez e tá pagando por um crime que você não cometeu, é super complicado.
De acordo com advogada de Edmilson, Anete Gomes, o MP que resolveu entrar com recurso. O promotor de justiça, Carlos Augusto Serra, recorreu da decisão por achar que houve erro na decisão dos desembargadores.
— Na realidade, a única prova que existe é a palavra da vítima. Só que a palavra da vítima tem um valor jurídico alto, mas deve ter um valor jurídico alto tanto para absolver quanto para condenar.
Enquanto a situação segue indefinida, Edmilson contas os dias para colocar um fim nesse pesadelo, com a esperança que terá uma nova oportunidade na vida.
— Perdi tudo praticamente, eu fui preso injustamente, fui condenado e até hoje estou aqui pagando por um crime que eu não cometi.