Lúcio Vieira Lima se manifesta pela 1ª vez desde acusações da PF
Deputado federal está envolvido no caso do 'bunker' do irmão, Geddel
Bahia|Matheus Pastori, do R7
Nesta quarta-feira (29), o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB/BA) voltou a usar as redes sociais após meses de silêncio. Irmão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, Lúcio se pronunciou pela primeira vez depois de ser indiciado pela Polícia Federal (PF) por lavagem de dinheiro e organização criminosa. Ele está envolvido no caso dos R$51 milhões encontrados em setembro em um apartamento no bairro da Graça, em Salvador.
As digitais de Lúcio e Geddel, além de Gustavo Ferraz (ex-diretor da CODESAL) e Job Brandão (ex-assessor pessoal dos políticos) foram identificadas em embalagens plásticas que guardavam parte da fortuna - maior apreensão em dinheiro vivo já feita na história da corporação.
Desde então, Geddel está detido no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, onde cumpre prisão preventiva.
Já Lúcio, sempre muito ativo nas mídias digitais, preferiu o silêncio desde que seu nome foi envolvido nas suspeitas, que também têm a mãe dos irmãos Vieira Lima, Marluce, como alvo.
Esses mesmos que tentam plantar notas escondidos no anonimato%2C são os mesmos que quando me encontram se dizem impressionados com a minha força política
Em seu perfil no Instagram, Lúcio rebateu os rumores quanto à sua candidatura à reeleição em 2018, republicando uma entrevista dada a um site local: "estou cumprindo todos os meus compromissos de campanha. Todos que fazem isso vão nas minhas lideranças e nos prefeitos fazendo promessas mirabolantes. E depois os prefeitos me ligam. E eu sei todos. Esses mesmos que tentam plantar notas escondidos no anonimato, são os mesmos que quando me encontram se dizem impressionados com a minha força política. São os mesmos. Só demonstra falta de caráter"
Por ter foro privilegiado, Lúcio fez com que o caso dos R$51 milhões, encontrados no dito 'bunker' do irmão, Geddel, tramitasse no Supremo Tribunal Federal (STF), onde tem o ministro Luis Edson Fachin como relator.
Nesta terça-feira (28), Fachin revogou a prisão de Job de Oliveira Brandão, um dos assessores mais próximos a Lúcio e Geddel Vieira Lima. É sabido que Job tenta negociar uma delação premiada. Neste processo, chegou a afirmar que recebeu ordens dos políticos para que destruísse provas, mesmo depois da descoberta das malas de dinheiro em Salvador.
Procurem outra forma de se reelegerem
Brandão também disse ter sido orientado a devolver parte do salário que recebia como assessor parlamentar à família Viera Lima. Segundo ele, esta seria uma prática comum entre os funcionários dos políticos.
"Procurem outra forma de se reelegerem. O tempo que eles gastam mentindo, eu tô liberando verbas para os municípios e resolvendo problemas das prefeituras. Esse comportamento é típico dos fracos", finalizou Lúcio Vieira Lima, que não retornou as tentativas de contato do R7 ou da RecordTV Itapoan.
Em nota enviada nesta terça (28), o advogado Gamil Föppel, que responde pela defesa de ambos os políticos, disse que "não irá se manifestar sobre alegações ou documentos veiculados pela imprensa, notadamente quando divulgados indevidamente, mediante violação do sigilo das investigações, antes que fosse oportunizado o seu acesso pelos advogados constituídos".
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