A AEB (Agência Espacial Brasileira) pretende lançar nos próximos dias um edital para a compra de satélites próprios com foco na comunicação estratégica. O desenvolvimento do SGDC (Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas) foi determinado em um decreto da presidente Dilma de junho deste ano. Até agora, porém, o projeto não foi estabelecido.
Sobre esta deficiência, o R7 conversou com o engenheiro Rubens Teixeira Alves, diretor da AGR Projetos. O especialista participou de um estudo sobre a viabilidade de uma parceria público-privada para o lançamento de um satélite nacional próprio.
Veja abaixo a entrevista com Rubens Teixeira Alves.
R7— Como está a situação dos satélites militares nacionais?
Rubens Teixeira Alves — O Brasil não tem satélite próprio. Nossos transponders [transmissores] militares estão em um satélite comercial, comandado por uma empresa privada.
R7— O País tem como lançar um equipamento em pouco tempo?
Alves — O risco é o Brasil não se preparar a tempo antes do fim da vida útil do satélite que usa atualmente e ficar sem a posição na órbita terrestre. Com isso, outro veículo pode ocupar esta posição.
R7 — O Brasil corre algum perigo com isso?
Alves — É um Risco total [para a defesa nacional]. O melhor caminho é ter um satélite próprio, comandado pelo Brasil, e não por fora. O que é necessário é ter um centro de controle na mão dos militares brasileiros.
R7 — O que pode acontecer em caso de um conflito armado?
Alves — Em caso de guerra, não teríamos como ampliar nossa comunicação de maneira rápida, restando apenas fechar um acordo com Inglaterra ou EUA, por exemplo, para que um dos seus satélites fossem emprestados ao Brasil.