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Aécio convoca PSDB para participar de protestos contra presidente Dilma Rousseff

Derrotado nas últimas eleições, senador destaca ‘degradação moral’ e ‘desastre econômico-social’

Brasil|Do R7, com Reuters e Estadão Conteúdo

Aécio convocou militância, mas não participará de protestos "para não dar força a esse discurso de que nós estamos vivendo um terceiro turno"
Aécio convocou militância, mas não participará de protestos "para não dar força a esse discurso de que nós estamos vivendo um terceiro turno"

Em nota assinada pelo presidente do partido, o senador mineiro Aécio Neves, o PSDB convocou nesta quarta-feira (11) “militantes, simpatizantes e várias de suas lideranças” para participar dos protestos contra a presidente Dilma Rousseff, marcados para o próximo domingo (15).

Seguno a nota do PSDB — também assinada pelo senador Cássio Cunha Lima (PB) e pelo deputado Carlos Sampaio (SP), líderes no Congresso —, os protestos não têm cunho eleitoreiro nem simbolizam um "terceiro turno" no País. Após comandar o Brasil de 1995 e 2002, o partido saiu derrotado das últimas quatro eleições presidenciais.

"Os protestos que ocorrem nas redes sociais e nas ruas não defendem um terceiro turno, mas a rigorosa apuração de responsabilidades sobre a corrupção endêmica incrustrada no corpo do estado nacional, e cobra o abandono dos compromissos assumidos publicamente com a população", diz a nota, em referência às investigações da operação Lava Jato, da Polícia Federal, que apura um esquema de corrupção na Petrobras.

A nota de hoje ressalta a "livre manifestação de opinião e o direito à expressão dos cidadãos" e defende os "atos pacíficos e democráticos convocados para o próximo dia 15 de março".


As manifestações de domingo foram convocadas por diversos grupos em várias cidades do Brasil. O principal movimento é o Vem Pra Rua, que se autodeclara "suprapartidário" e defende a "democracia, a ética na política e um estado eficiente e desinchado".

No entanto, participarão também grupos que defendem o impeachment da presidente e até a intervenção militar no Brasil.


Na nota, o partido não defende nem critica a saída da presidente, mas o próprio Aécio rejeitou essa opção, após reunião hoje da Executiva do partido.

— Nós não proibimos e não estamos proibidos de dizer a palavra impeachment. Ela apenas não está na agenda do PSDB.


Para o senador, no entanto, não é possível ignorar que há "setores da sociedade" que defendem a saída da presidente. 

Além do PSDB, os oposicionistas DEM, PPS e Solidariedade também vão dar suporte formal e informal aos atos. 

Dirigentes e parlamentares do PSDB inclusive já se reuniram com grupos organizados favoráveis ao impeachment, como admitiu o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). Para ele, porém, não é hora de pedir formalmente a saída da presidente.

— Não quero que ela saia, quero ver o governo sangrar, não quero ser governado pelo [vice-presidente] Michel Temer. (...) Estive com pessoas que integram três grupos [de organizadores]: Vem pra Rua, Brasil Livre e Onda Azul. São movimentos com visões diferentes, mas há um denominador comum de que o discurso deve ser mais amplo do que só o 'Fora Dilma'. O protesto é contra o rumo do atual governo.

Veja a nota completa do PSDB:

O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) se solidariza com as manifestações de indignação dos brasileiros diante da flagrante degradação moral e do desastre econômico-social promovidos pelo governo Dilma Rousseff.

O PSDB defende a livre manifestação de opinião e o direito à expressão dos cidadãos e, portanto, apoia os atos pacíficos e democráticos convocados para o próximo dia 15 de março em todo o país.

Mais do que uma garantia constitucional, a liberdade de pensamento e de crítica é fundamento essencial para o fortalecimento da vida democrática e o enraizamento social dos valores republicanos.

O PSDB repudia a atitude daqueles que, em nome de seus interesses partidários, cerceiam e deturpam o direito à livre manifestação, e tentam convencer a população de que a crítica aos governantes se confunde com atentados contra a ordem institucional e o Estado de Direito.

Na verdade, ao contrário de que alguns tentam fazer crer, os protestos que ocorrem nas redes sociais e nas ruas não defendem um terceiro turno, mas a rigorosa apuração de responsabilidades sobre a corrupção endêmica incrustrada no corpo do estado nacional, e cobra o abandono dos compromissos assumidos publicamente com a população. São manifestações legítimas de um país que vive em plena democracia e se posiciona perante múltiplas e graves crises.

Acreditamos que a participação popular melhora as instituições e eleva os padrões de governança pública. Por isso, o PSDB, através de seus militantes, simpatizantes e várias de suas lideranças participará, ao lado de brasileiros de todas as regiões do país, desse movimento apartidário que surge do mais legítimo sentimento de indignação da sociedade brasileira.

O PSDB reitera seu compromisso com todos os que desejam um país mais forte, íntegro, justo, solidário e democrático.

Senador Aécio Neves

Presidente Nacional do PSDB

Senador Cássio Cunha Lima

Líder do PSDB no Senado Federal

Deputado Carlos Sampaio

Líder do PSDB na Câmara dos Deputados

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