Aliados de Dilma atrasam votação de mudança da meta fiscal
Parlamentares da oposição afirmam que o projeto não pode ser votado sem passar pela CMO
Brasil|Do R7, com Agência Estado
Partidos aliados à presidente afastada, Dilma Rousseff, articulam para adiar a votação da nova meta fiscal do governo, que prevê um rombo de 170,5 bilhões nas contas públicas deste ano. A sessão conjunta que estava marcada para 11h desta terça-feira (24).
A deputada Maria do Rosário (PT-RS) e a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-SC) afirmam que o projeto não pode ser votado sem passar pela CMO (Comissão Mista de Orçamento).
Mais cedo, a CMO tentou votar a meta fiscal, mas não teve quórum suficiente. Na sessão de ontem da comissão, os senadores também não compareceram e não marcaram o quórum mínimo necessário para votar o tema. Mesmo assim, o presidente do Congresso, Renan Calheiros, já afirmou que levará a meta fiscal para votação no plenário, independentemente da apreciação da CMO.
Nesta tarde, o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), encerrou a votação dos 24 vetos presidenciais que trancam a pauta e todos foram mantidos. Após analisarem os vetos, os parlamentares apreciam neste momento 13 destaques aos vetos, que precisam ser votados nominalmente, um a um. Só depois começará a discussão da alteração da meta de 2016, cujo relatório — que não foi votado na Comissão Mista do Orçamento — será apresentado no plenário.
O líder do PSD na Câmara, deputado Rogério Rosso (DF), disse que a previsão é de que a votação do projeto que altera a meta fiscal de 2016 aconteça efetivamente entre o final da noite e o começo da madrugada. Nos cálculos do deputado, não há chances da meta ser votada antes das 22h.
— Imagine apresentar relatório no plenário e abrir prazo para emenda? Isso vai longe.
Os partidos que apoiam a presidente afastada Dilma Rousseff têm feito obstrução no plenário, questionando a ausência de votação da nova meta na CMO. O objetivo é evitar essa votação hoje. "Não se trata aqui nem de Dilma e nem de Michel, trata-se do interesse do Brasil", apelou Renan durante a sessão.