Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Aos gritos de "Fora PT" e "Temer presidente", PMDB abandona governo Dilma

Após aliança de 13 anos, PMDB desembarca de olho no impeachment da presidente 

Brasil|Mariana Londres, do R7, em Brasília

Observado por Eduardo Cunha, o senador Romero Jucá anuncia a decisão do diretório nacional do partido
Observado por Eduardo Cunha, o senador Romero Jucá anuncia a decisão do diretório nacional do partido Observado por Eduardo Cunha, o senador Romero Jucá anuncia a decisão do diretório nacional do partido

O PMDB decidiu nesta terça-feira (29), em Brasília, deixar a base do governo Dilma Rousseff. O desembarque rompe uma aliança de 13 anos com o PT, iniciada no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006).

A sessão-relâmpago do diretório nacional durou pouco mais de dois minutos e foi presidida pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR).

Ele leu uma moção apresentada pelo diretório da Bahia e pediu, em seguida, para que os mais de cem parlamentares presentes se levantassem para a aprovação.

— [A moção] requer a imediata saída do PMDB do governo com a entrega dos cargos de todas as esferas do Executivo federal.

Publicidade

Os peemedebistas então se levantaram e aprovaram a moção por aclamação. Em meio a aplausos, eles gritaram palavras de ordem como “Fora PT’ e “Brasil pra frente, Temer presidente”.

A sessão de hoje, que aconteceu na Câmara dos Deputados, mostra que o partido aposta no impeachment da presidente Dilma Rousseff, o que poderia conduzir o presidente do partido e vice-presidente da República, Michel Temer, à Presidência.

Publicidade

A reunião contou com alguns caciques peemedebistas, como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ex-ministro da Aviação Civil Moreira Franco, o deputado federal Darcísio Perondi (PMDB-RS) e Ibsen Pinheiro, que preside o PMDB gaúcho.

Nenhum dos sete ministros peemedebistas que integram o governo compareceu à sessão, nem o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL).

Publicidade

O líder do PMDB na Câmara, deputado federal Leonardo Picciani (RJ) — que foi eleito com o apoio do Palácio do Planalto —, também não esteve presente.

O desembarque

A decisão fará o PMDB entregar sete ministérios e outros 600 cargos na máquina pública federal, como explicou Jucá em sua apresentação.

Mas a forma como ocorrerá esse desembarque ainda não está certa. Na segunda-feira (28), o ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) entregou o comando do Ministério do Turismo. Até o momento, contudo, ele foi o único a efetivar essa decisão.

Há a expectativa de que três ministros permaneçam em seus cargos: Kátia Abreu (Agricultura), Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Marcelo Castro (Saúde).

Segundo Jucá, “ninguém do partido pode ocupar nenhum cargo no governo federal”. O senador não falou em “expulsão” daqueles que quiserem permanecer nos cargos, mas ressaltou que a situação será analisada “caso a caso”.

O senador não falou em adotar uma postura de oposição, mas afirmou que o partido irá agir de forma “independente” e “de acordo com o que for melhor para o país”.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, réu de uma ação penal no Supremo Tribunal Federal decorrente da Operação Lava Jato, declarou que seu partido levou tempo demais para se afastar do governo.

— O PMDB já deveria ter saído do governo há muito tempo. Eu rompi com o governo em julho, portanto estou oito meses adiantado. O PMDB serviu para votar matérias que o governo decidia. Nunca participou de nenhuma decisão, nenhuma política pública.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.