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Apartamento do ministro da Agricultura é alvo de ação da PF

Blairo Maggi foi denunciado pelo ex-governador do MT Silval Barbosa

Brasil|Juca Guimarães, do R7, com agências

Os agentes da PF procuram provas na casa de Maggi em Brasília
Os agentes da PF procuram provas na casa de Maggi em Brasília Os agentes da PF procuram provas na casa de Maggi em Brasília

A Polícia Federal cumpre na manhã desta quinta-feira (14) mandado judicial no apartamento do ministro da agricultura, Blairo Maggi, em Brasília. A busca e apreensão de documentos e objetos ocorreu no âmbito da Operação Malebolge, 12ª fase da Ararath.

A operação é realizada após o ex-governador do Mato Grosso e ex-aliado de Maggi, Silval Barbosa (PMDB), acusar o ministro de ser o chefe de um esquema de corrupção no Estado, entre 2007 e 2010, época em que Maggi era governador. Barbosa fechou delação premiada com a PGR (Procuradoria-Geral da República), comprometendo-se a pagar multa de R$ 70 milhões.

O relatório da PGR afirma que, segundo Silval, seu ex-chefe de gabinete, Sílvio Cezar Correa Araújo, praticou “inúmeros crimes contra a administração e lavagem de dinheiro” entre 2007 e 2010.

Na delação, Silval Barbosa confessou ter intermediado repasse de R$ 4 milhões, a pedido de Blairo e do ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes, ao deputado federal Carlos Bezerra (PMDB-MT), em 2008, com o fim de comprar apoio do PMDB nas eleições municipais. À época, segundo Barbosa, o partido teria declarado apoio ao adversário de Barbosa.

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O ex-governador está preso desde setembro de 2015, acusado de recebimento de propina em troca de incentivos fiscais no Mato Grosso. 

Um inquérito sobre o caso foi aberto no Supremo Tribunal Federal. 

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Maggi também é investigado na Operação Lava Jato por um suposto recebimento de R$ 12 milhões da Odebrecht para financiar sua campanha eleitoral em 2006. Barbosa foi eleito em 2010 para o governo do Estado, substituindo Maggi no cargo. 

Malote e computador

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Três agentes da Polícia Federal deixaram pouco antes das 9h30 de hoje o apartamento do ministro da Agricultura carregando um malote e uma matriz de computador (CPU). Não há informação se durante a ação o ministro estava na residência.

Ao todo, os agentes cumprem mandados em 64 endereços, expedidos pelo STF, nas cidades de Cuiabá, Rondonópolis, Primavera do Leste, Araputanga, Pontes e Lacerda, Tangará da Serra, Juara, Sorriso e Sinop, todas em Mato Grosso, além de Brasília e São Paulo.

Outro lado

O deputado federal Carlos Bezerra (PMDB-MT) informou, por meio da assessoria, que as denúncias feitas por Silval contra eles são inverdades. Há 40 anos na política, Bezerra disse que não se envolveu em negociações ilícitas. "Não negocie o apoio do PMDB", disse. Segundo o deputado, Silval cita personagens proeminentes como ele apenas para "valorizar" a delação, mas sem apresentar provas. "São mentiras", afirmou Bezerra.

O ministro Blairo Maggi divulgou uma nota de defesa. "Nunca houve ação, minha ou por mim autorizada, para agir de forma ilícita dentro das ações de governo ou para obstruir a Justiça. Jamais vou aceitar qualquer ação para que haja 'mudanças de versões' em depoimentos de investigados. Tenho total interesse na apuração da verdade", diz a nota.

Na nota, Maggi diz também que não houve pagamentos feitos ou autorizados por ele, ao ex-secretário Eder Moraes (que seria operador do esquema), para acobertar qualquer ato, "conforme aponta de forma mentirosa o ex-governador Silval Barbosa em sua delação".

"Sempre respeitei o papel constitucional das instituições e, como governador, pautei a relação harmônica entre os poderes sobre os pilares do respeito à coisa pública e à ética institucional", destacou. "Por fim, ressalto que respeito o papel da Justiça no cumprimento do seu dever de investigação, mas deixo claro que usarei de todos os meios legais necessários para me defender e restabelecer a verdade dos fatos", concluiu.

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