Após delação premiada, Paulo Roberto Costa devolverá R$ 63 mi, terreno e até lancha milionária

O ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa irá devolver cerca de R$ 70 milhões aos cofres públicos após fechar um acordo de delação premiada com a Justiça. Costa é acusado de desvios na estatal, e agora entregará de volta dinheiro e parte de seu patrimônio, que inclui uma lancha no valor de R$ 1,1 milhão, um terreno avaliado em R$ 3,2 mi e um carro de R$ 300 mil.

Segundo as informações, divulgadas na edição desta quarta-feira (1º) do jornal Folha de S.Paulo, o ex-diretor se comprometeu a pagar uma indenização de R$ 5 milhões, devolver US$ 23 mi mantidos na Suíça, além de US$ 2,8 milhões que estão em nome de parentes nas ilhas Cayman. Apenas os patrimônios mantidos no exterior chegam a R$ 63 mi, que devem se somar à indenização e aos bens que Costa irá entregar, totalizando os R$ 70 milhões.

Na tarde desta terça-feira (30), o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou a delação premiada de Costa, o que permite que sejam dados os próximos passos na investigação dos crimes relatados pelo ex-diretor.

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Zavascki disse que as delações de ex-diretor da Petrobras envolvem, sim, parlamentares.

— Dos documentos juntados com o pedido [de homologação] é possível constatar que, efetivamente, há elementos indicativos, a partir dos termos do depoimento, de possível envolvimento de várias autoridades detentoras de prerrogativa de foro perante tribunais superiores, inclusive de parlamentares federais, o que atrai a competência do Supremo Tribunal Federal.

Com a decisão, Paulo Roberto Costa foi autorizado a deixar a prisão e passar a cumprir pena em regime domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica, o que deve ocorrer ainda hoje.