Após reunião, Alckmin topa disputar presidência do PSDB: 'É nosso dever'
Jereissati e Perillo retiraram candidaturas, mas não participaram do anúncio
Brasil|Raphael Hakime, do R7
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, aceitou na noite desta segunda-feira (27) o desafio de disputar a presidência do PSDB, partido do qual é filiado e ajudou a fundar em 1988, em eleição marcada para o próximo dia 9 de dezembro.
"Se o meu nome puder unir o partido, fortalecer o partido como um rigoroso instrumento de mudança para o Brasil, de implementar as mudanças que o Brasil precisa para poder avançar mais, é o nosso dever", afirmou o tucano.
O "sim" de Alckmin ocorreu após reunião com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com o governador de Goiás, Marconi Perillo, e com o senador Tasso Jereissati (CE) na ala residencial do Palácio dos Bandeirantes.
Após o encontro, Jereissati e Perillo desistiram oficialmente de disputar a presidência do partido. "Eu agradeci a generosidade, a disposição e o desprendimento de ambos, tanto do Tasso como do Marconi, altamente qualificados, preparados, com liderança, para esse desafio", disse Alckmin.
Apesar dos agradecimentos, chamou a atenção da imprensa o fato de o governador goiano, o senador cearense e o próprio FHC não participarem da coletiva após a decisão do grupo favorável a Alckmin, que justificou.
"O Tasso tinha problema de avião, já saiu faz mais tempo, problema de decolagem. O Marconi esteve comigo no domingo, esteve hoje, está quase que todo dia. E o presidente Fernando Henrique estava até agora, acabou de sair", explicou.
Empurrão de FHC
Embora relevante para o eventual candidato do PSDB que vá se candidatar à Presidência da República, Alckmin admitiu que não pensava em comandar a legenda em âmbito nacional.
"Nunca me ocorreu disputar a Presidência do PSDB em nível nacional. Já fui presidente do partido aqui em São Paulo, mas nunca me ocorreu essa hipótese. O presidente Fernando Henrique lembrou e falou: 'Se conseguíssemos uma unidade, evitar disputa, seria melhor'. Ambos [Perillo e Jereissati], com grande desprendimento, se predispuseram a abrir mão das suas possíveis candidaturas", destacou.
Saída do governo
Alckmin também falou sobre o possível desembarque do PSDB do governo Temer, uma vez que o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) entregou o cargo de ministro das Cidades na semana passada.
"A minha posição nunca mudou. Eu sempre achei que não devia ter entrado, ou seja, nós apoiaremos as propostas do governo, ajudaremos o governo, todas as medidas de interesse do País, sem precisar de ministro", disse.
Alckmin, porém, admitiu que "essa decisão majoritária, na época, foi outra, os ministros são muito qualificados, participam do governo, um já saiu, vamos aguardar os próximos dias".
"A decisão anterior foi ficar até completar o conjunto das reformas, então já concluindo", afirmou.
O PSDB vai escolher seu novo presidente em convenção marcada para o próximo dia 9 de dezembro. O presidente interino do partido, Alberto Goldman, vai conduzir o processo.