O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou, nesta quinta-feira (5), que o ministro da Educação, Cid Gomes, deverá comparecer ao plenário da Câmara na próxima quarta-feira (11) para esclarecer a afirmação de que há deputados “achacadores” no parlamento.
Segundo Cunha, o ministro será notificado sobre a convocação, que foi aprovada na última quarta-feira (4), para que ele explique as declarações polêmicas feitas na semana passada.
Como se trata de convocação, o ministro é obrigado a comparecer. A crise começou depois de vir à tona a informação de que Cid Gomes teria dito que há “400 deputados achacadores” no Parlamento, que gostam de ver o governo frágil, para tirar mais proveito.
De acordo com reportagem no Blog do Josias, Cid Gomes fez as declarações na última sexta-feira (27), em Belém (PA), durante visita à Universidade Federal do Pará.
Além de criticar a atuação dos deputados, o ministro também teria questionado a direção da Câmara sob a presidência de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Cid Gomes teria afirmado que “a direção da Câmara atualmente será um problema grave para o Brasil”.
Os deputados reagiram e aprovaram a covocação para que o ministro vá ao plenário da Casa explicar as declarações. Os deputados exigem uma retratação pública do ministro e que ele aponte quem são os “achacadores”.
Posição do governo
Durante a sessão que aprovou a convocação do ministro, o PT tentou amenizar os ânimos e insistiu que Cid Gomes fez uma declaração infeliz. O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), admitiu que as afirmações foram ofensivas, mas pediu calma aos deputados para que não transformassem o episódio em uma crise.
Guimarães subiu à tribuna e, em nome da presidente Dilma, afirmou que não há no governo nenhum questionamento sobre a conduta dos deputados e do presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
— Dirijo-me especialmente ao presidente desta Casa para dizer que do ponto de vista do governo não há qualquer questionamento sobre a eleição de Vossa Excelência para a presidência dessa Casa. De imediato, consideramos que houve uma declaração infeliz, no contexto em que ela foi dada, em uma reunião tensionada no Pará. Mas, não acredito que isso seja motivo para processo de profunda radicalização nesse sentido.