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Cerimônia em memória das vítimas do holocausto homenageia brasileiros que salvaram judeus

Dilma lembra que Brasil também passou por momentos difíceis como a escravidão de negros

Brasil|Carolina Martins, do R7, em Brasília

A cerimônia do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto foi realizada nesta quarta-feira (30), em Brasília, com a presença da presidente Dilma Rousseff. Este ano, o evento, organizado pela Conib (Confederação Israelita do Brasil), homenageou dois brasileiros que ajudaram a salvar judeus do holocausto.

O embaixador brasileiro na França, Luís Martins de Souza Dantas, e a funcionária do consulado em Hamburgo, Aracy Guimarães Rosa, foram considerados heróis por terem contrariado ordens expressas do governo Vargas e concederem vistos brasileiros a judeus, mesmo correndo risco de serem punidos.

Na avaliação da Conib, o gesto dos integrantes do corpo diplomático do Brasil salvou centenas de judeus ao permitir que eles entrassem no Brasil, fugindo da perseguição nazista na Europa, durante a Segunda Guerra Mundial.

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Durante a cerimônia, a historiadora da USP (Universidade de São Paulo), Maria Luiza Tucci Carneiro, prestou homenagens aos “justos brasileiros”, contando um pouco da história de Souza Dantas e Aracy Guimarães Rosa. "Eles devem ser lembrados como figuras símbolos da resistência ao antissemitismo em tempos sombrios. Durante anos seus nomes permaneceram no ostracismo por não interessar que constassem nas versões oficiais da História do Brasil, por serem considerados marginais e rebeldes por descumprir ordens do governo brasileiro".

Justos entre as Nações

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Em 2003, Souza Dantas foi proclamado “Justo entre as Nações”, título atribuído pelo Museu do Holocausto, em Israel, a pessoas que arriscaram a vida para ajudar judeus perseguidos. Cerca de 500 vistos diplomáticos foram autorizados pelo embaixador em 1940, sem seguir nenhuma regra do governo brasileiro nem exigir taxas dos judeus.

Já Aracy Guimarães Rosa, segunda esposa do escritor Guimarães Rosa, teve seu no inscrito no Jardim dos Justos, no Museu do Holocausto, por ter ajudado muitos judeus a entrarem ilegalmente no Brasil.

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Para o presidente da Conib, Claudio Lottenberg, a cerimônia deve relembrar a tragédia e estimular o pensamento crítico para impedir que novos genocídios aconteçam. "A cerimônia representa um momento importante de reflexão sobre um capítulo nefasto da História, e de ação para fortalecer a ideia da democracia no mundo, de respeito às diferenças".

Ritual das velas

De acordo com a Conib, seis milhões de judeus, entre mulheres e homens e crianças, foram assassinados pelo regime nazista. Por isso, durante a cerimônia, são acesas seis velas, cada uma representado um milhão de judeus mortos no holocausto.

Além da presidente Dilma Rousseff, representantes de sobreviventes do massacre, da nova geração de judeus e da comunidade judaica, entre eles o governador da Bahia, Jaques Wagner, participaram do ritual.

Para representar grupos de minorias vítimas de perseguição, a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros, o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), militante dos direitos da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros), e a ministra da Secretaria dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, também acenderam velas na cerimônia.

A presidente Dilma Rousseff encerrou a homenagem com um discurso que durou cerca de 20 minutos. Ela lembrou que o Brasil também passou por momentos difíceis, como os 500 anos de escravidão da população negra e a ditadura militar.

No entanto, a presidente se disse orgulhosa da diversidade e do respeito que as diferentes comunidades encontram no País. "Felizmente o Brasil se transformou num País democrático. Aqui vivem pessoas originárias de diferentes culturas e etnias. Somos um País formado por imigrantes. Temos várias origens e aqui convivem em harmonia todos os povos, mesmo aqueles que, como judeus e árabes, têm relações atritosas em outras partes do mundo".

Além da presidente Dilma, ministros de Estado também participaram da cerimônia. Estavam presentes a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, o ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general José Elito, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, além do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, e do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

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