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Conselho de Ética instaura processo por quebra de decoro contra Bolsonaro

Inquérito contra o parlamentar será retomado no Congresso somente no ano que vem

Brasil|Carolina Martins, do R7, em Brasília

Relator do processo contra Bolsonaro ainda não foi escolhido
Relator do processo contra Bolsonaro ainda não foi escolhido Relator do processo contra Bolsonaro ainda não foi escolhido

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados instaurou, nesta terça-feira (16), processo por quebra de decoro contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). Depois de o parlamentar afirmar que não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS) porque ela não merecia, os partidos PT, PSOL e PSB pediram a perda de mandato do deputado.

O primeiro passo para a cassação de Bolsonaro foi dado, mas não há chance do processo ser analisado ainda este ano. Isso porque, esta foi a última reunião do Conselho de Ética em 2014 e as sessões serão retomadas somente no ano que vem, na próxima legislatura, com uma outra composição do Conselho.

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O relator do processo também ainda não foi escolhido. De uma lista de parlamentares que não poderiam ser nem do PP nem do Rio de Janeiro, que são o partido e o Estado do acusado, foram sorteados três nomes que podem ocupar a relatoria do caso: Rosane Ferreira (PV-PR), Marcos Rogério (PDT-RO) e Ronaldo Benedet (PMDB-SC).

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O presidente do Conselho de Ética, deputado Ricardo Izar (PSD-SP), é quem vai escolher um dos três nomes para relatar o processo contra Bolsonaro. A expectativa é de que essa decisão seja conhecida ainda nesta terça.​

Mesmo sabendo que o processo não terá continuidade e pode até ser arquivado, devido ao encerramento do ano legislativo, Izar acredita que o fato de o Conselho de Ética ter aberto o processo serve como uma reposta à sociedade.

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— É uma reposta à sociedade e uma reposta ao regimento da Casa. O prazo estabelecido [para instaurar o inquérito] é de 24 horas, foi o que a gente fez. Abrimos o processo, só não sabemos se ele vai continuar ou não. Se o Conselho continuar com os mesmos membros, ele [o processo] continua do mesmo jeito na próxima legislatura, mas isso provavelmente não deve acontecer. Teremos novo presidente e novos membros. É o novo presidente que vai ter que sortear um novo relator e continuar o processo.

De acordo com o presidente do Conselho, se o processo for arquivado com o fim do ano legislativo, basta que um partido peça o desarquivamento no ano que vem. Outra possibilidade é apresentar uma nova representação contra Bolsonaro. Segundo Izar, o fato do episódio ter ocorrido nesta legislatura não impede que ele seja investigado por uma nova composição da Câmara.

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Defesa

O deputado Bolsonaro apresentou sua defesa no Conselho de Ética e invocou a imunidade parlamentar para alegar que não pode ser julgado por uma opinião que expressou na tribuna da Câmara.

Na defesa entregue ao Conselho de Ética, Bolsonaro pede que o processo seja arquivado porque o fato ocorreu na condição de parlamentar e no interior das dependências da Câmara, “o que lhe garante a inimputabilidade por pronunciamentos e opiniões no exercício do mandato”.

Mas o deputado Amauri Teixeira (PT-BA), que integra o Conselho de Ética, não concorda com os argumentos apresentados por Bolsonaro. Segundo ele, a imunidade parlamentar não garante ao deputado o direito de ofender e afirma que o que foi dito por Bolsonaro não configura uma opinião, mas sim uma agressão.

— A imunidade parlamentar é para assegurar a independência da atuação parlamentar. Mas, não se pode, em nome da imunidade, agredir, desmoralizar, xingar as pessoas, isso quebra o decoro. O que é garantido ao parlamentar é a opinião. E não foi opinião.​

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