Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Notícias R7 – Brasil, mundo, saúde, política, empregos e mais

Costa e Youssef confirmam propina de R$ 10 milhões para evitar CPI no Congresso

Delatores da Lava Jato prestam depoimento nesta terça-feira à CPI da Petrobras

Brasil|Da Agência Câmara

Paulo Roberto Costa (foto) manteve tudo o que já havia dito em outros depoimentos
Paulo Roberto Costa (foto) manteve tudo o que já havia dito em outros depoimentos

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef reafirmaram à CPI da Petrobras, na tarde desta terça-feira (25), o teor de depoimentos que já haviam prestado à Justiça Federal, em que apontam o pagamento de propina de R$ 10 milhões para evitar uma CPI no Congresso.

Youssef confirmou o valor de R$ 10 milhões pagos pela empreiteira Camargo Correia ao então presidente do PSDB, Sérgio Guerra – morto em 2014.

Costa acrescentou que foi procurado por Sérgio Guerra e pelo deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) para tratar do pagamento, que seria destinado a “abafar” a CPI.

Em depoimento à CPI, Costa disse que o deputado intermediou o encontro com Sérgio Guerra, ocorrido em um hotel no Rio de Janeiro. “Confirmo todos os depoimentos anteriores”, disse Paulo Roberto Costa.


Campanha

Costa e Yousseff mantiveram as versões divergentes para o suposto uso de dinheiro de propina para a campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010. O doleiro voltou a negar ter feito os repasses, mas deu a entender que houve repasses para a campanha, mas operacionalizados por outra pessoa.


Costa disse em depoimentos à Justiça Federal que o ex-ministro Antonio Palocci pediu na época R$ 2 milhões para a campanha, dinheiro que teria sido disponibilizado por Alberto Youssef. Em depoimento à CPI, o doleiro negou ter recebido o pedido e disse não conhecer Palocci.

Os dois ratificaram os depoimentos anteriores, mas Youssef acrescentou uma informação nova. “Eu não conheço Palocci, nem assessor dele, nem o irmão dele e não fiz o repasse. Mas existe outro réu colaborador que está falando. Há uma investigação em relação ao Palocci e em breve vocês vão saber quem repassou os recursos”


Leia mais notícias de Brasil

Gabrielli

Costa também disse que o ex-presidente da Petrobras Luiz Sérgio Gabrielli teve a palavra final sobre a compra da petroquímica Suzano pela estatal.

O empresário Auro Gorentzvaig, ex-sócio de outra petroquímica, a Triunfo, afirmou, em depoimento à CPI da Petrobras, que a estatal comprou a empresa Suzano Petroquímica por R$ 4,1 bilhões, sendo que a companhia, segundo ele, valia a metade.

Ao responder pergunta do deputado Altineu Côrtes (PR-RJ), um dos sub-relatores da CPI, Gorentzvaig disse que a Quattor (junção das petroquímicas Suzano e Unipar) valia R$ 2,56 bilhões, conforme avaliação feita pelo Bradesco. De acordo com o depoente, depois da compra, a Petrobras vendeu a Quattor para a Braskem por R$ 2,5 bilhões.

A palavra final dessa compra, que deu prejuízo à Petrobras, foi do Gabrielli?”, perguntou Altineu Cortes a Paulo Roberto Costa. “A palavra final foi do presidente das companhia”, respondeu o ex-diretor. Diante da informação, o deputado, um dos sub-relatores da CPI, disse que vai pedir uma nova convocação de Gabrielli, que já prestou depoimento à CPI.

Perdeu algum programa da Record? Assista no R7 Play

Pasadena

Sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, Costa diz que recebeu propina de US$ 1,5 milhão para “não atrapalhar” a negociação.

— Confirmo o teor dos meus depoimentos anteriores. Recebi essa quantia de Fernando Soares. Toda a compra foi conduzida pela área internacional e aprovada pelo conselho de administração da Petrobras.

Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, está preso em Curitiba (PR), acusado de ser o operador do PMDB no esquema de desvio de dinheiro da Petrobras. Ele é acusado de ligação com o então diretor da área Internacional da companhia, Nestor Cerveró.

Conselho de Administração

Paulo Roberto Costa fez questão de dizer que a compra da refinaria foi de responsabilidade do Conselho de Administração da Petrobras, presidido na época por Dilma Rousseff. “A diretoria não tinha autonomia para isso”, disse.

A Petrobras comprou a refinaria de Pasadena em 2006 por US$ 1,18 bilhão. A mesma refinaria tinha sido comprada, um ano antes, por US$ 42,5 milhões.

Dois ex-presidentes da Petrobras, José Sérgio Gabrielli e Graça Foster, disseram à CPI da Petrobras que o negócio, analisado hoje, foi ruim, mas que na época parecia promissor em função do preço do petróleo no mercado internacional – e que a desvalorização se deveu em parte à queda no preço do petróleo e à exploração do petróleo extraído do xisto nos Estados Unidos.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.