Eleito em primeiro turno com 267 votos, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tomou posse no cargo neste domingo (1º) e já sinalizou os projetos que considera prioritários para incluir na pauta do plenário neste início de ano legislativo.
Durante seu discurso, Cunha convocou reunião para está terça-feira (3), quando quer debater com os líderes os textos que aguardam votação na Câmara e definir prioridades. Ele já adiantou que o projeto de orçamento impositivo é uma de suas preferências.
— A partir de amanhã teremos a sessão de instalação e a partir de terça-feira vamos nos reunir para combinar a pauta. Certamente, o orçamento impositivo, se tiver condições, será colocado em votação, assim como outras propostas que ficaram pendentes na pauta no fim da legislatura passada.
Eduardo Cunha também citou o projeto de reforma política e o pacto federativo como propostas que devem ser discutidas pela Câmara de forma prioritária.
Calo no pé do governo
Cunha era líder da bancada do PMDB na Câmara durante o último ano e várias vezes fez o papel de oposição, mesmo integrando o maior partido da base aliada ao governo. Durante a discussão do Marco Civil da Internet, por exemplo, ele chegou a apresentar um projeto alternativo ao do Planalto, mesmo com um esforço dos partidos aliados para aprovar o texto da forma que o governo queria.
Rotulado como desafeto do Planalto e com slogan que prega independência da Câmara, Cunha fez questão de esclarecer, durante seu discurso de posse, que será “o presidente de todos”. De acordo com o deputado, o momento das disputas acabou junto com a eleição.
— Gostaria de dizer que nós estamos aqui para ser presidente de todos. As disputas encerraram na hora da apuração. Todos temos os mesmos direitos e todos temos que exercer essa representação da forma mais digna possível.
O líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP) lamentou a derrota do petista Arlindo Chinaglia (SP) na eleição para a presidência da Câmara, mas afirmou confiar no comprometimento de Cunha em não ser oposição. Vicentinho lembrou que o PMDB também faz parte do governo.
— Eu vou me basear nas palavras do próprio deputado Eduardo Cunha, que falou que atuaria com independência, mas que não seria oposição. Ele é base do governo, e o PMDB não é só base do governo, é governo já que o vice-presidente, Michel Temer, é do partido. Espero que ele tenha juízo.