Dilma afirma que PT não é perfeito, mas que o Brasil "deve muito" ao partido
Presidente, contudo, não comentou sobre o caso do mensalão
Brasil|Carolina Martins, do R7, em Brasília
A presidente Dilma Rousseff admitiu nesta quinta-feira (27) que o PT (Partido dos Trabalhadores) tem falhas. Ela se recusou, em café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, em Brasília, a comentar as decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o mensalão. Dilma disse apenas que reconhece que seu partido não é perfeito.
— O Partido dos Trabalhadores, como toda obra humana, não é perfeito, mas deu e dá grandes contribuições ao País. O Brasil deve muito a tudo que o PT fez.
Dilma fez questão de deixar claro que não concorda com a interferência entre poderes e por isso não comenta decisões do Legislativo nem do Judiciário.
Ela afirmou ainda que sua participação no Supremo é somente indicar os ministros e que depois “eles vivem suas vidas”. Questionada se tinha se arrependido de alguma indicação, uma vez que a maioria dos ministros condenou figuras importantes do PT no julgamento do mensalão, a presidente foi enfática.
— Eu não me arrependo de nada, sou muito velha para isso. A gente só se arrepende quando é nova.
Dos 10 ministros que atualmente compõem o Supremo, três foram indicados por Dilma: Luiz Fux, que na maioria das vezes acompanhou o voto do relator do mensalão, Joaquim Barbosa, nas condenações; Rosa Weber, que acompanhou mais o revisor do processo, Ricardo Lewandowski, nas absolvições; e, recentemente, Teori Zavascki, que não participou do julgamento do mensalão.
Reeleição
Durante o encontro de fim de ano com jornalistas, a presidente não quis responder se será candidata à reeleição em 2014.
Dilma também não quis se manifestar sobre a reação de uma ala do PT, que defende o nome do ex-presidente Lula como candidato.
— Não respondo isso nem amarrada. Não falo sobre sucessão agora, eu estaria antecipando 2014 e eu pretendo governar de hoje até 31 de dezembro de 2014 com todo empenho. Antecipar o fim do meu mandato não é politicamente necessário.